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SILVIO OSIAS

Vau da Sarapalha é prova de que as coisas gigantescamente grandiosas também podem nascer bem perto da gente

Publicado em 15/09/2021 às 11:12 | Atualizado em 15/09/2021 às 12:09


                                        
                                            Vau da Sarapalha é prova de que as coisas gigantescamente grandiosas também podem nascer bem perto da gente

				
					Vau da Sarapalha é prova de que as coisas gigantescamente grandiosas também podem nascer bem perto da gente

Nesta terça-feira (14), publiquei aqui na coluna texto da professora Luciana Cerqueira sobre Vau da Sarapalha. Ela sugere a volta do espetáculo aos palcos. A também dramaturga chama nossa atenção para um fato muito interessante: que esse marco do teatro paraibano já vai completar 30 anos em 2022, e que, portanto, há toda uma geração que não teve a oportunidade de vê-lo. OK, OK, sei que houve uma apresentação recente online, mas, convenhamos, não é a mesma coisa.

Entre os que têm a idade do espetáculo, provavelmente muita gente não sabe nem ao menos da sua existência. E como Vau da Sarapalha é importante! Imprescindível mesmo! Nos jornais, à época da estreia, ainda no pequeno teatro da Escola Piollin, creio que a primeira grande manifestação sobre a dimensão da peça foi, não de um jornalista, mas de W.J. Solha, um artista multifacetado.

Solha, com sua extraordinária sensibilidade de criador, viu que estava diante de uma obra-prima e disse isso em seu artigo. Obra-prima! Sim! A palavra é muito forte, mas ela cabe perfeitamente em Vau da Sarapalha, sem que estejamos cometendo qualquer exagero, qualquer superdimensionamento.

Demorei um pouco a ver o espetáculo dirigido por Luiz Carlos Vasconcelos (Foto: divulgação) e criado coletivamente por seu elenco. Só fui vê-lo depois do êxito que obteve no Festival de Teatro de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Vi no Santa Roza, saí do teatro fortemente impactado e voltei várias vezes nas apresentações seguintes.

Vau da Sarapalha põe por terra um preconceito que muitos de nós tantas vezes temos: que, na produção cultural, as coisas gigantescamente grandiosas não podem nascer bem perto da gente, feitas por pessoas que conhecemos, que por vezes frequentam nossas casas. Vejam o exemplo tão eloquente de Kleber Mendonça Filho, com quem a gente conversa no backstage de um show ou numa livraria no Recife e que realiza filmes no nível do melhor cinema que se faz no mundo.

Vau da Sarapalha é assim. Um espetáculo de teatro que nasceu na Escola Piollin, em João Pessoa, e que é igualmente impactante, por sua extrema qualidade, em qualquer parte do mundo. Quem acompanhou de perto o nascimento do Grupo Piollin e o trabalho dos artistas que nele trabalharam sabe do que são capazes.

Imagem ilustrativa da imagem Vau da Sarapalha é prova de que as coisas gigantescamente grandiosas também podem nascer bem perto da gente

Silvio Osias

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