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SILVIO OSIAS

Vitórias e derrotas em 60 anos de eleições presidenciais nos Estados Unidos

Colunista traz lembranças de disputas e mandatos que marcaram as últimas seis décadas.

Publicado em 22/07/2024 às 6:23


				
					Vitórias e derrotas em 60 anos de eleições presidenciais nos Estados Unidos
Foto/Reprodução.

A semana começa com a decisão do presidente Joe Biden de não mais disputar a reeleição. Façamos, então, um breve passeio pelas disputas e mandatos presidenciais nos Estados Unidos nas últimas seis décadas.

Em 60 anos, os Estados Unidos tiveram 11 presidentes. 10 disputaram a reeleição. Biden é o primeiro a desistir. A maioria venceu. Uns poucos perderam. Cinco eram democratas. Seis, republicanos.

Em 1964, o democrata Lyndon Johnson venceu a reeleição. Era o vice e assumira um ano antes, quando o presidente John Kennedy foi assassinado. Há quem diga que Johnson era um democrata com cara de republicano.

Seu sucessor foi o republicano Richard Nixon. Na eleição de 1968, o candidato democrata, Bobby Kennedy, foi assassinado. Nixon fora o vice de Eisenhower nos anos 1950 e perdera a eleição de 1960 para John Kennedy.

Nixon foi reeleito em 1972, mas o escândalo de Watergate o levou à renúncia em 1974. Gerald Ford completou o mandato.

Em 1976, ano do Bicentenário da Independência, Ford disputou a reeleição, mas perdeu para o democrata Jimmy Carter. Carter, o presidente dos direitos humanos.

Um ex-ator de segunda categoria que governou a Califórnia derrotou Carter em sua tentativa de reeleição. Em 1980, o republicano Ronald Reagan venceu e foi reeleito em 1984. Diziam que era a Besta do Apocalipse, mas seus mandatos não confirmaram a classificação.

Ronald Reagan não só teve dois mandatos como ainda fez o sucessor, seu vice George Bush, o Bush pai, vitorioso em 1988. George H.W. Bush, republicano de um só mandato.

Aí os democratas voltaram. Em 1992, Bill Clinton derrotou Bush pai. Reeleito em 1996, Clinton era da geração rock and roll. Tocava sax e já fumara maconha. Quase perdeu o mandato sob acusação de fazer sexo com uma secretária dentro da Casa Branca.

No ano 2000, Al Gore, seu vice, homem devotado à questão climática, foi derrotado pelo republicano George W. Bush, o Bush filho. Reeleito em 2004, Bush filho invadiu o Iraque e desgraçou com a carreira de Tony Blair, o primeiro-ministro britânico, seu aliado.

George W. Bush estava no primeiro ano do mandato quando houve o atentado às torres gêmeas. O documentário Fahrenheit 9/11 acaba com a figura dele, mas, se Bush filho não foi um bom presidente, ao menos se transformou num exemplar ex-presidente.

Em 2008, ninguém tirava a vitória da democrata Hillary Clinton, mulher de Bill Clinton. Que nada. Ela perdeu a disputa dentro do partido para Barack Obama, que se tornaria o primeiro afrodescendente a governar os Estados Unidos.

30 anos antes, no tempo em que os pretos americanos enfrentavam a violência do racismo e lutavam pelos direitos civis, era impensável que um afrodescendente como Barack Obama viesse a ser presidente dos Estados Unidos.

Obama venceu em 2008 e foi reeleito em 2012. Mas não fez o sucessor. Ou melhor, a sucessora. Hillary Clinton foi derrotada pelo ultradireitista Donald Trump.

Lembro de Fernando Henrique Cardoso dizendo que uma figura histriônica como Donald Trump não venceria a eleição americana. Como lembro de Lula dizendo que uma figura reacionária como Bolsonaro não venceria a eleição brasileira. Estavam errados.

Venceram nessa onda de ascensão da extrema direita que estamos testemunhando nos últimos anos em todo o mundo.

Trump foi presidente de um mandato. Em 2020, perdeu para o democrata Joe Biden, que fora o vice de Obama por oito anos.

Chegamos, então, ao tempo presente. Com Trump como favorito, é possível que os Estados Unidos, a maior democracia do mundo, elejam um homem que atentou contra a democracia.

Com a desistência de Biden, Kamala Harris, sua vice, desponta como provável candidata do Partido Democrata. Uma mulher afrodescendente presidente dos Estados Unidos - seria um luxo.

Foto/Reprodução

Silvio Osias

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