CULTURA
Skank prepara CD que conta história da banda
Tecladista, Henrique Portugal, afirmou ao JORNAL DA PARAÍBA que disco mostrará a assinatura sonora da banda mineira.
Publicado em 14/08/2012 às 8:00
"A gente tem um material guardado interessante para mostrar", coloca o tecladista do Skank, Henrique Portugal, em entrevista por telefone ao JORNAL DA PARAÍBA. "Olha: existe um início! Ele é cruel porque ninguém nasce pronto! É também um jeito de mostrar como a gente era. Olhar como a gente chegou à nossa assinatura sonora..."
Com isso, o músico resume o lançamento do disco Skank 91 (Sony Music), uma radiografia sonora da banda mineira nos seus primórdios, com dez faixas gravadas no estúdio que era na casa dos pais do baterista Haroldo Ferretti e sete canções oriundas do primeiro show da banda 'independente', em São Paulo.
"É de qualidade, mesmo na forma caseira", frisa Portugal. "Hoje em dia, as bandas mal começam a tocar e passam mais tempo se divulgando do que se lapidando."
O tecladista lembra que naquela época, início dos anos 1990, gravar era um feito. A formação sempre foi a mesma: com Haroldo nas baquetas, Samuel Rosa no vocal e guitarra (que vinha de oito anos junto com Portugal de uma banda de reggae chamada Pouso Alto) e Lelo Zaneti no baixo.
Os mineiros faziam às vezes de jamaicanos, combinando dancehall (vertente eletrônica do reggae) e raggamuffin, que regravavam os clássicos norte-americanos. "Fazíamos isso com os clássicos brasileiros como 'Cadê o penalty' (de Jorge Ben Jor) e 'Raça' (da dupla Milton Nascimento e Fernando Brant)", conta Henrique.
Ainda no repertório do álbum, músicas conhecidas do grupo que tiveram outros arranjos e até letras diferentes como 'Salto no asfalto', 'In(di)gnação', 'Macaco prego', 'Réu e rei', 'Let me try again' e 'O homem que sabia demais'.
"Somos zelosos com nossa história", diz Portugal. "Haroldo guardava todas as nossas gravações do estúdio."
O que mais chama a atenção do tecladista quando se olha no retrovisor é o estilo já mostrado na época. "As referências de misturar elementos internacionais e nacionais já estavam no nosso DNA."
ESTREIA EM MARTE
"Era como tocar em Marte", avalia Henrique Portugal sobre a primeira apresentação do Skank, que aconteceu na capital paulista. "Éramos desconhecidos fora de Minas e São Paulo é a vitrine do Brasil."
De acordo com o tecladista, a casa de show praticamente não tinha ninguém. "Tinha umas 30 e poucas pessoas. Se tivesse 500 não faria diferença nenhuma."
Mais de duas décadas de trajetória, a ideia de lançar um disco descortinando os primórdios do grupo nasceu na internet, quando colocavam na seção 'Web Rádio Skank' da página oficial da banda (www.skank.uol.com.br) as músicas de outrora.
"As pessoas começavam a comentar no site 'por que não lançam?'... Se existe um momento interessante para isso, é agora, para a garotada entender que o início é difícil para qualquer um. Não existe varinha mágica!"
Outro destaque no Skank 91 é o polimento da masterização sem tirar os 'tropeços' casuais da época. "Se tivesse corrigido agora, perderia toda a originalidade e naturalidade do início", comenta.
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