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CULTURA

Solidão transcontinental

Filme 'A Oeste do Fim do Mundo' ainda é inédito nos cinemas da Paraíba.

Publicado em 27/08/2014 às 6:00 | Atualizado em 11/03/2024 às 10:59

“O início de tudo foi uma pequena notícia que vi quando estava em um café em Buenos Aires, onde cerca de 400 soldados que foram para a Guerra das Malvinas tinham cometido suicídio”, relembra o diretor e roteirista gaúcho Paulo Nascimento sobre A Oeste do Fim do Mundo (Brasil, Argentina, 2014), filme ainda inédito nos cinemas paraibanos.

O cenário é um velho posto de gasolina perdido na imensidão da antiga estrada transcontinental aos pés da imponente Cordilheira dos Andes, um refúgio de um ex-combatente das Malvinas, Leon (César Troncoso, o Pablo da adaptação Faroeste Caboclo), um homem de poucas palavras e gestos. A sua solidão só é quebrada por um eventual caminhoneiro que passa por ali para abastecer ou pelas visitas do sarcástico Silas (Nelson Diniz, de Netto Perde Sua Alma), um motociclista com ares de hippie aposentado.

O tempo passa devagar até o dia que chega a enigmática Ana (Fernanda Moro, de O Tempo e o Vento) e transforma radicalmente o cotidiano do introspectivo Leon, onde segredos que pareciam estar bem enterrados vêm à tona.

“Não é um filme pessimista”, aponta o realizador gaúcho. “Os três personagens têm um ponto em comum com a solidão. Como o Silas diz no filme: ‘Liberdade é não fazer perguntas’. Mas é apresentado o ponto de virada, uma chance de recomeçar”.

Quando ficou impressionado diante do índice de suicídio dos soldados na Guerra das Malvinas, Paulo Nascimento ficou se indagando naquele café argentino qual seria o sentimento dessas pessoas, que voltam para casa, porém se sentem excluídos.

MUDANÇA DO TEMPO

A Oeste do Fim do Mundo foi rodado na ordem cronológica em que as ações presentes no roteiro se desenvolvem, sendo montado gradativamente na medida em que as imagens eram capturadas.

“O tempo muda muito na Patagônia, umas quatro vezes por dia. Tudo foi muito natural. Onde estávamos filmando é uma reserva ambiental e não se podia ligar um gerador”.

Com isso, todo o longa-metragem foi filmado respeitando os horários reais do roteiro. Sequências matinais foram feitas efetivamente pela manhã, igualmente como as vespertinas e noturnas.

A escolha da Patagônia se deu pelas viagens de moto que o diretor fazia pela região. O cineasta conta que a infinitude do lugar passa uma solidão que foi sentida até na pequena equipe da produção. “É um lugar muito forte. Isso vai dando profundidade de raciocínio dos atores. As dificuldades nos ensaios que senti desapareceram quando chegamos lá”.

Nascimento brinca dizendo que A Oeste do Fim do Mundo é falado em três línguas: português, espanhol e portunhol. “Mesmo mostrando a incomunicabilidade, o mais louco é que eles se entendem pelo olhar ou pelo sentimento”.

O diretor vê semelhanças entre a Patagônia e o Nordeste brasileiro. “A solidão também é presente no Sertão. Também tem a forma de ‘ser forte’”.

Imagem

Jornal da Paraíba

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