CULTURA
Som com samba e groove
Grupo paraibano de samba-rock participa de festival, que acontece na Espanha.
Publicado em 21/02/2012 às 6:30
Composto por talentosos músicos residentes em João Pessoa, o Sonora Samba Groove resolveu encarar a árdua missão de fazer música autoral. Os frutos, entretanto, já começaram a aparecer. O grupo foi selecionado, em meio a 567 propostas, em um edital que vai levar os cinco integrantes a mostrar o samba-rock com pitadas regionais ao 2º Hay Espíritu, que acontece em setembro, em Madri, na Espanha.
A história do Sonora Samba Groove começou há seis anos com uma banda do circuito da noite que fazia versões para músicas de Jorge Ben Jor, Bezerra da Silva e Chico Buarque, entre outros. “Estávamos entrando nesse processo de profissionalização, entendendo o público e as adagas do mercado”, comenta Chico Limeira, baixo e voz. “O tempo passou e a gente amadureceu, todos como indivíduos e o Sonora, como um bando, um grupo, um coletivo. As versões começaram a ser de músicas menos familiares ao grande público e com arranjos mais arrojados”.
A formação atual conta com Fabiano “Furmiga” (guitarra), Chico Limeira, Nildo Gonzalez (bateria e voz), Débora Malacar (voz) e Macaxeira Acioli (percussão). “Essa é exatamente a ordem de encontro do Sonora de hoje com os seus integrantes”, comenta Limeira, acrescentando que a formação atual vai completar quatro anos em setembro.
Hoje, com músicas próprias, os integrantes dizem que as referências são as mais diversas. “Não existem referencias pré-definidas”, responde o percussionista Macaxeira Acioli.
“Procuramos sempre passear pela rua da música sem fronteiras, buscando sons que agradem nossos ouvidos e transmitam a nossa verdade”.
Limeira concorda, mas cita o pernambucano Di Melo, o carioca Chico Buarque e o paraibano Arthur Pessoa - “que canta caiana dos crioulos de Sumé até Praga” - como alguns nomes para quem o SSG tira o chapéu, mas ressalta: “As referências são todas possíveis e eu tenho certeza de que a gente não descobriu uma nova música, apenas sentimos a necessidade de tocar juntos, prezando pela coerência das letras e pela inquietude dos arranjos”.
EP DE ESTREIA
A cara da música do SSG começa a aparecer com os primeiros registros próprios. O EP Gentileza, que o grupo lança depois do carnaval, traz cinco faixas, duas do grupo (‘Cigana’ e ‘Achamudega’), duas de Arthur Pessoa (‘Fugirei’ e ‘Gentileza’) e uma de Adeildo Vieira (‘Topada’).
“‘Cigana’ é, no EP, a música que marca a nossa primeira produção, feita em conjunto”, explica Chico Limeira. “Ela nasceu de um laboratório. Botamos um beat no computador, programado por Fabiano. Nildo cantarolou a melodia e eu rabisquei uns versos. Quando foi pro coletivo, instrumentos em punho, todo mundo contribuiu com o arranjo e os movimentos da música, batendo o martelo”.
Acioli, entretanto, diz que não há uma fórmula pré-definida. “No (EP) Gentileza, as músicas foram apresentadas e já entramos em laboratório para testar sons, timbres e formas. O quebra-cabeça foi montado pelos cinco, sempre procurando levar a energia do show para o estúdio de gravação”. Fabiano completa: “É um processo coletivo e bem pessoal. Cada artista encontra sua maneira de trabalhar ao longo do tempo”.
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