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CULTURA

Tomie Ohtake na Paraíba

No centenário da artista plástica japonesa Tomie Ohtake, paraibanos relembram visita da 'dama das artes plásticas' ao Estado.

Publicado em 21/11/2013 às 6:00 | Atualizado em 04/05/2023 às 12:12

Em novembro de 1999, Tomie Ohtake visitava pela primeira vez o Nordeste a convite do então presidente da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), Damião Ramos Cavalcanti.

Em João Pessoa, a dama das artes plásticas brasileiras vinha expor suas gravuras, ministrar um curso de pintura no Espaço Cultural José Lins do Rego e participar da criação do Museu de Arte Contemporânea da Paraíba, projeto que nunca saiu do papel.

“Ela agora está em uma cadeira de rodas, mas na época caminhava lépida e não sossegou enquanto eu não a levei para Jacumã para ficar frente a frente com uma jaqueira”, lembra hoje, no centenário de Ohtake, o atual presidente da Academia Paraibana de Letras (APL).

Damião ficou absorvido com o apego da artista plástica pela natureza: “É algo que o estilo abstrato dela não revela. Quando a presenteamos com um buquê de flores, por exemplo, explicou que admirava muito mais a rosa na roseira. ‘A beleza da rosa pertence a todo mundo’, ela disse”.

O pesquisador Dyógenes Chaves, então coordenador de artes plásticas da Funesc, também se lembra da ocasião em que teve o privilégio de montar a exposição de Ohtake, que ficou em cartaz em um dos mezaninos do Espaço Cultural.

“A obra gráfica dela era e é importantíssima, fenomenal”, elogia Dyógenes, que chegou a almoçar com a mestre, a quem a Funesc fez o convite de pintar a fachada do Planetário, projeto que também não saiu do papel, segundo Damião Cavalcanti, por falta de empenho das gestões consecutivas.

“É uma pena!”, lamenta Dyógenes. “Perdemos de ter, neste centenário, uma obra pública de Tomie Ohtake aqui na Paraíba.

Ela é uma artista que trabalha em várias mídias. Do time de artistas japoneses que veio para o Brasil, da geração dela, é o grande destaque”.

Nascida em Quioto (no centro-sul do Japão), em 21 de novembro de 1913, Tomie Ohtake aportou no Brasil em 1936, para visitar um irmão, mas os desdobramentos da Segunda Guerra Mundial no Oriente a impediram de voltar para a terra natal.

Permaneceu em São Paulo, onde se naturalizou brasileira. De acordo com Dyógenes Chaves, o ingresso nas artes plásticas foi tardio. “Sempre que a gente procura saber a história de um artista”, diz ele, “descobre que desenhava quando criança ou foi aprendiz de algum outro artista na juventude. Não é o caso dela”.

A primeira exposição individual foi em 1957, quando já passava dos 40 anos, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). De lá pra cá, a trajetória foi coroada com mostras internacionais e retrospectivas como as que estão atualmente em cartaz em várias cidades brasileiras. No Museu de Arte do Rio (MAR), por exemplo, estão expostas suas Pinturas Cegas, série que fez de olhos vendados.

“A linha de pensamento de Tomie Ohtake é a oriental, que busca a concisão”, define Dyógenes. “Ela é abstrata, mas se resolve muito bem no figurativo. É besteira dizer que artistas abstratos não sabem pintar. Eles procuram o abstrato, geralmente, porque exauriram a figura humana. Chegaram ao seu limite”.

Para Damião Cavalcanti, Ohtake é, acima de tudo, uma mulher profunda e reflexiva: “Quando estava hospedada em minha casa, queixou-se de dores de cabeça. Me ofereci para comprar remédios, mas ela disse que se curava com concentração.

Minha última lembrança da visita é ela sentada na frente do mar, de olhos fechados”.

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Jornal da Paraíba

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