CULTURA
Trajetória do Cafuçu é narrada em livro virtual da Marca de Fantasia
Cafuçu: uma Sátira de Carnaval (Marca de Fantasia, 2010), e-book produzido por Henrique Magalhães que está disponível para compra no site da editora.
Publicado em 04/01/2011 às 12:54
Tiago Germano
Do Jornal da Paraíba
Cafuçu (substantivo masculino): tipinho atarracado, brejeiro, mal-ajambrado. De verbete consagrado no jargão popular a um dos blocos carnavalescos mais celebrados da Paraíba, a trajetória insólita dos cafuçus de João Pessoa é, finalmente, narrada em Cafuçu: uma Sátira de Carnaval (Marca de Fantasia, 2010), e-book produzido por Henrique Magalhães que está disponível para compra no site da editora (www.marcadefantasia.com).
O livro virtual comemora os mais de 30 anos de militância do bloco na Folia de Rua pessoense, fazendo um apanhado de sua história através de um rico acervo de fotos e relatos que remontam o ano de 1990, quando um grupo de amigos reuniu-se entre as praias de Tambaú e Cabo Branco para cair no frevo com fantasias bregas e maltrapilhas.
“No início a turma era formada por amigos ligados à universidade e aos meios artísticos. Depois a propota irreverente foi seduzindo o público e hoje o Cafuçu é o grande evento que é”, afirma o autor da obra.
Segundo Henrique Magalhães, o livro será lançado, a princípio, exclusivamente na web. “Talvez lancemos o arquivo digital também em CD, na extensão PDF, mas não em papel”, diz o também editor e fundador da Marca de Fantasia. Recentemente, a editora tem viabilizado várias publicações do gênero, que podem ser encomendadas por e-mail juntamente com álbuns de quadrinhos, outra linha de frente do catálogo da Marca de Fantasia.
“A ideia é que os quadrinhos sejam publicados em papel, que sempre foi o melhor suporte para a sua linguagem. Já os textos teóricos são publicados via e-book, atendendo à demanda de um nicho de leitores que já está habituado a usar o computador como ferramenta de leitura”, conta Henrique Magalhães.
E Cafuçu: uma Sátira de Carnaval tem um pé na teoria. Na prévia do livro, cuja amostra pode ser baixada gratuitame, o escritor vai buscar no teatrólogo Paulo Vieira e nos pesquisadores da folkcomunicação Maria Alice Amorim e Roberto Benjamim as repercussões teóricas do carnaval, esta festa de tradição pagã em que a ordem social vigente é aparentemente derrubada.
O próprio Henrique, que é professor do curso de Mídias Digitais e Comunicação Social da Universidade Federal da Paraíba, se define como “folião inveterado” nas “trincheiras de alegria do carnaval na Paraíba” e até hoje é o responsável pela identidade visual do bloco Cafuçu. Seus principais trabalhos pousam um olhar crítico e restrospectivo à história de publicações alternativas como o fanzine.
Antenado também com as novas tendências da comunicação virtual, Henrique Magalhães lança seus dados nos e-books. “Estou apostando no futuro”, arremata.
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