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CULTURA

Tributo aos mestres da música

Compositor e arranjador Mario Adnet homenageia Vinicius de Moraes em concerto e CD.

Publicado em 10/01/2012 às 6:30


Aos 54 anos, Mario Adnet tem trabalhado tal qual uma usina, emparelhando suas carreiras de compositor e arranjador. Com mais de 30 anos de estrada, o carioca tem trânsito e respaldo entre nomes nobres da música brasileira. Trabalhou com gente como o pianista Alberto Rosenblit (com quem lançou seu primeiro disco), Toninho Horta, Joyce e Vinicius Cantuária e conviveu entre gigantes, como Tom Jobim (1927-1994) e Moacir Santos (1926-2006).

Nos últimos dez anos, sua porção arranjador tem feito trabalhos muito bonitos de orquestração, seja conduzindo o louvável projeto Jobim Sinfônico (2002), lançado em CD e DVD no ano seguinte, ou o imprescindível Ouro Negro (2001), o belíssimo tributo à Moacir.

Agora, mais um dos grandes da MPB é reverenciado por Adnet através de suas orquestrações. Trata-se de Vinicius de Moraes (1913-1980), através de parcerias pouco exploradas com outros bambas da música brasileira, como o citado Moacir, Claudio Santoro (1919-1989), Pixinguinha (1897-1973) e Baden Powell (1937-2000).

Através dessas parcerias, Adnet chega ao repertório de Vinicius & Os Maestros (Universal, R$ 25), projeto que contempla concerto e um CD, que sai agora em embalagem digipack, com letras, fotos e o encarte caprichado.

“Só não entrou Jobim", comenta Adnet, por telefone. "Preferi não incluí-lo por já ter feito vários projetos sobre sua obra e porque é um caso à parte”
O repertório é valioso e prioriza uma produção pouco óbvia. Até mesmo a parceria mais conhecida, a de Baden com Vinícius, contempla canções que não se veem em coletâneas triviais. É o caso de ‘Canção de ninar meu bem’, atribuída como a primeira parceria entre os cariocas e gravada pela primeira vez pela cantora Dulce Nunes.

Mario Adnet revela que chegou a pensar em Edu Lobo para completar o naipe, mas descartou. “Na verdade, eu priorizei uma coisa meio fora da bossa nova”, justifica. “O Moacir tem uma categoria que ele criou, uma coisa dele. A alquimia dele é diferente dos outros. O Baden também. Criou uma coisa que foge de tudo, essa coisa do afrossamba”.

Os bastidores dessa teia já renderiam, por si só, um ótimo livro.

“A primeira vez que eu ouvir falar em Claudio Santoro foi com o Tom Jobim”, lembra Adnet. “Ele (Jobim) falava muito bem do Santoro. Botava no mesmo saco do Villa-Lobos, por exemplo.

Mais tarde, Moacir me contou que havia sido aluno de Santoro.

Descobri até ligações do Claudio Santoro com a minha família”.

Foi nesse trabalho de pesquisa que ele encontrou pérolas como ‘Em algum lugar’, a parceria de Santoro e Vinícius, escolhida para abrir o repertório de 15 faixas do CD. A dupla, que compôs 13 canções, também assina ‘Acalando rosa’ e ‘Luar do meu bem’.

“O Tom (Jobim) também admirava muito o Moacir”, emenda o arranjador. “Ele e Vinícius frequentavam muito a casa do Moacir aqui no Rio. A Cleonice (viúva do músico pernambucano) me contou uma vez que eles comiam e bebiam tudo que tinha na casa, nos longos encontros que varavam a madrugada. Daí, quando dava umas quatro da manhã, ela ia fritar cebolas pra eles, que era o que sobrava”, recorda Adnet.

Moacir e Vinicius compuseram, juntos, ‘Triste de quem’, ‘Lembre-se’, ‘A santinha lá da serra’ e ‘Se você disser que sim’.

Já da seara com Baden, estão lá ‘Consolação’, ‘Samba em prelúdio’, ‘Canto de xangô’ e a citada ‘Canção de ninar meu bem’.

Baden também tinha uma ligação muito forte com Pixinguinha e que este fora maestro de uma orquestra de rádio que tinha como spalla Claudio Santoro, a quem fazia questão de dizer sempre que estava no lugar errado.

O projeto distribui no repertório duas canções de Vinicius e Pixinguinha, compostas originalmente para a trilha do filme Sol Sobre a Lama (1963), de Alex Vianny: ‘Lamento’ e ‘Mundo melhor’. Fecha o set list, dois clássicos ‘solo’ de Vinicius: ‘Valsa de Eurídice’ e ‘Medo de amar’.

CONVIDADOS
Todo esse cancioneiro ganhou arranjos elegantes. Para executá-los, Mário Adnet recrutou um time de mais de 50 músicos, entre eles gente que há anos vem tocando, com excelência, os projetos do maestro, como Jobim Sinfônico, Jobim Jazz e Ouro Negro. A regência é do maestro Claudio Cruz.

Além do excelente background, na linha de frente, Vinicius & Os Maestros contam com um time estelar de intérpretes: Dori Caymmi, Joyce, Mônica Salmaso, Sérgio Santos e Tatiana Parra.

“A Joyce é muito minha amiga e trabalhamos juntos desde 1980”, comenta. “O Dori sempre foi uma referência para mim e tem aquela coisa forte de Caymmi. Os dois tem uma ligação muito grande com o Sérgio. E a Mônica é amiga de todo mundo”.

Adnet prossegue: “Eu conheci a Mônica, já há alguns anos, através do Teco Cardoso (flautista, marido da cantora) e a gente sempre tá fazendo coisas juntos. Ela não é só cantora, é uma musicista também, nesse negócio de usar a voz como instrumento. Tatiana é uma pouco isso. Eu a conheci pelo Marcelo Mariano (músico e produtor, filho de César Camargo Mariano) e tive a sorte de reunir esse time sensacional”.

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Jornal da Paraíba

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