Um frevo cristalino

A banda Abrad'Os Zóio (ADZ) traz neste sábado para João Pessoa mais uma finalista do programa The Voice Brasil (Rede Globo): depois de Liah Soares, finalista da primeira edição do programa que dividiu o palco com o grupo no ano passado, o quinteto recebe Khrystal, potiguar eliminada na semifinal da segunda temporada do programa. O show Carnaval Multicultural - ADZ, Frevo e Khrystal ocorre hoje, a partir das 20h, no Ateliê Elioenai Gomes (no bairro do Varadouro). Os ingressos custam R$ 25,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia).

A intérprete de voz forte e temperamento ousado pega a estrada para apresentar na Paraíba o disco Dois Tempos (2012), seu mais recente trabalho. Já a ADZ mostra novamente o 'funk-rock-oxente' de Cidade das Neves (2013), disco de estreia do grupo formado por Yuri Carvalho (vocal), Pedro Medeiros (guitarra), Temy Vicente (contrabaixo), George Glauber (bateria) e Lucas Dan (teclado, percussão e sanfona).

"A gente vai cantar junto", garante Yuri Carvalho, que faz surpresa quanto ao dueto com Khrystal. "Vai ser surpresa para quem for ao show. A gente diz o santo mas não diz o milagre".

Depois do carnaval, a banda pretende retribuir a visita da cantora a João Pessoa e dar um pulinho em Natal (RN).

O título do show, Carnaval Multicultural, é inspirado na filosofia de trazer à tona, com a folia, aspectos da identidade nordestina que foram abandonados nos eventos que acontecem na região nesta época do ano. "A gente quer fazer uma coisa diferente, bem nordestina, com maracatu, baião, ciranda e coco de roda, além de elementos do carnaval de outrora", justifica o vocalista da ADZ.

Segundo Yuri, a série de shows segue nos próximos meses com a proposta de trazer para o palco novos artistas. O grupo se inscreveu em vários editais e aguarda a resposta de alguns para definir o restante da agenda. Desde já, eles avisam que estão escalados para o retorno de um projeto musical que tinha sido interrompido em João Pessoa. O nome do projeto eles não divulgam. Mais uma vez, o ADZ diz o santo mas não diz o milagre.

Na noite de hoje, além dos shows, o público confere uma performance teatral da atriz Raquel Ferreira que dialoga com o conceito de fortalecimento da identidade regional: Intrépida, concebida pelo artista visual Hélder Nóbrega, faz referência ao culto da Jurema (árvore de cuja raiz se extrai uma bebida alucinógena utilizada pelos indígenas) e ao folguedo do caboclinho.

Raquel Ferreira é atriz graduanda do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) com passagens pelo teatro e cinema.