icon search
icon search
home icon Home > cultura
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

CULTURA

Um monólito da literatura

Em luxuosa edição e com direito a uma caixa e material extra, '2001 - Uma Odisseia no Espaço' chega às estantes das livrarias.

Publicado em 17/12/2013 às 6:00 | Atualizado em 11/05/2023 às 15:29

“O que eu quero é um tema de grandeza mítica”, explicou o cineasta Stanley Kubrick (1928-1999) para seu amigo escritor Arthur C. Clarke (1917-2008) quando estavam prontos para escrever algo plausível e realista nos primórdios da chamada Era Espacial nos anos 1960.

O resultado foi lapidado em 2001 - Uma Odisseia no Espaço (Aleph, 336 páginas, 14 x 21 cm, R$ 54,00), livro que se tornou também um clássico da ficção científica na telona, agora chega às livrarias com uma luxuosa edição, com direito a uma caixa e material extra.

A epopeia que vai desde o alvorecer da humanidade, com homens-macacos descobrindo novas formas de evolução, até a inteligência artificial futurista do HAL 9000, a edição inédita no mundo, segundo a Editora Aleph, contém um texto in memoriam de Clarke para Stanley Kubrick (“Uma das coisas que mais lamento agora é que não poderemos receber o ano de 2001 juntos”), prefácio do autor à ‘edição do milênio’ lançada em 1999 e os contos originais que serviram de base para o livro e roteiro do filme, A Sentinela e Encontro ao Alvorecer.

Com tradução de Fábio Fernandes (Neuromancer), a nova edição de 2001 mimetiza o enigmático monólito negro que aparece em momentos chave da humanidade, seja na Terra, na lua ou no espaço: um bloco preto, sem títulos na capa e lombada e sem textos na contracapa, além das bordas do miolo das páginas também serem pintadas de preto. Conceitos assinados pelo designer Pedro Inoue.

Na contramão do que se fazia e no que se faz atualmente, Arthur C. Clarke e Stanley Kubrick se reuniram para fazer a quatro mãos o roteiro cinematográfico e na sequência (durante as filmagens) seu romance, uma versão mais extensa e detalhada da história, publicada no mesmo ano da estreia do longa-metragem, 1968, como uma ‘caixa preta’ da produção, fazendo uma alusão do monólito negro.

De acordo com o autor, o cineasta norte-americano decidiu deixar a imaginação de ambos livres para conceber o livro para só depois se concentrar nos detalhes da lentidão de um roteiro de cinema.

‘TEMOS UM PROBLEMA’

Nos comentários dos textos adicionais de 2001, são impressionantes os relatos e coincidências que Arthur C. Clarke lista sobre o que viria a seguir na realidade espacial após concluir a obra.

O exemplo mais interessante é a manobra que a espaçonave do livro faz para ir a Saturno, utilizando o campo gravitacional de Júpiter para impulsioná-la no caminho. Anos mais tarde, em 1970, a vida imita a arte quando a nave Apollo 13 (que virou filme em 1994 estrelado por Tom Hanks) fez a mesma manobra para retornar à Terra após um acidente durante a viagem de ida causado por uma explosão no módulo de serviço.

Quando o administrador da Nasa na época, Tom Paine, enviou o relatório da missão para o romancista britânico, ele escreveu em sua capa: “Exatamente como você sempre disse que ia ser, Arthur”.

O módulo de comando da Apollo 13 chamava-se Odissey e a tripulação havia encerrado uma transmissão de TV com o tema ‘Zaratustra’ (de Richard Strauss) do filme quando um dos tanques de oxigênio explodiu. A famosa frase “Huston, temos um problema” se reflete em um momento de 2001, quando o computador HAL 9000 reportou uma ‘falha’ na nave falando “lamento interromper as festividades, mas temos um problema”.

O próprio autor confessa que o romance foi criticado por fornecer explicações e detalhes de boa parte do mistério cinematográfico idealizado por ele e Kubrick, completando ‘o crime’ escrevendo mais três continuações, 2010 (que foi adaptado para o cinema por Peter Hyams), 2061 e 3001.

Como muitos nomes ligados a sci-fi – como o quadrinista Alex Raymond (1909-1956), o ‘pai’ de Flash Gordon que a Nasa pegou emprestado muitos de seus designers – Arthur C. Clarke foi um pioneiro compartilhador de sonhos literários que se transformaram em realidade. Um monólito literário com os pés no chão e a cabeça nas estrelas.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp