CULTURA
Um presidente limpo no meio de uma política suja
Minissérie mostra o lado humano do político.
Publicado em 15/01/2012 às 8:00
Ele jamais imaginou que um dia seria presidente de qualquer coisa, quem dirá do Brasil. Na verdade, nunca desejou isso.
Apesar de seu talento nato para a liderança, esse advogado boa gente, que reúne uma curiosa mistura de um temperamento boêmio com uma determinação militar, nem em seus sonhos mais remotos pensou que comandaria uma nação.
Um presidente por acaso que luta pelos ideais de mais de 190 milhões de brasileiros. Um presidente que se emociona, ri e chora sem pudor. Talvez o que faltava nesse Brasil fictício, com defeitos, mas repleto de virtudes. Exatamente como o seu mais novo líder, Paulo Ventura, personagem de Domingos Montagner na minissérie ‘Brado Retumbante’, de Euclydes Marinho, que estreia dia 17 de janeiro, na Rede Globo, logo após o ‘Big Brother Brasil 12’.
Sob a direção de núcleo de Ricardo Waddington e direção geral de Gustavo Fernandez, ‘O Brado Retumbante’ será apresentada em oito episódios, exibidos de terça a sexta-feira. A minissérie mostra não só as reviravoltas na vida de Paulo Ventura ao assumir a Presidência da República da noite para o dia, como também a face mais realista possível de seus problemas. “Eu quis mostrar nesta minissérie que, por trás de todo presidente, existe um ser humano, alguém que tem problemas, dor de barriga, pai, mãe e mulher. E que nós não ficamos sabendo.
Revelar essa intimidade de um homem comum na Presidência.
Na história do Paulo Ventura, ele já era um político que vivia uma fase desanimada como homem público, e que acaba sendo eleito presidente da Câmara dos Deputados por uma manobra, para ser um fantoche do sistema”, revela o Euclydes Marinho, que reuniu um time diferenciado, com Nelson Motta, Guilherme Fiuza e Denise Bandeira, para colaborar na concepção da minissérie.
A missão de Paulo Ventura (Domingos Montagner) como presidente é não fechar os olhos à sucessão de escândalos e do aparente esfacelamento das instituições do país. A sua meta é fazer com que a política não pareça tão complexa e repetitiva, algo que “não nos diz respeito”. São 15 meses de um desafio sem igual. Um período que promete ameaças, difamações e mais de uma dúzia de inimigos. Uma posição que mexe - e muito - com a cabeça, as ambições e os sentimentos dos que o cercam, inclusive seus familiares. O privado e o público agora se misturam, habitam o mesmo lugar, o mesmo homem. Não será fácil.
Em plena crise conjugal, ele buscará na esposa Antonia (Maria Fernanda Cândido) o apoio necessário para cumprir o seu curto e inesperado mandato. Extremamente inteligente, essa professora de história finge acreditar nas falsas promessas de amor do marido e mantém com discrição e sensatez todas as aventuras de Paulo. Talvez em nome dos mais de 20 anos que viveram juntos, talvez pelo país e pela vontade de acertar ou talvez pelo amor que ainda sente por ele.
Fora do gabinete presidencial, Paulo se vê às voltas com conflitos familiares, um prato cheio para a imprensa. Julieta (Maria do Carmo Soares), uma mãe mentalmente atormentada e que parece não ter outro prazer a não ser infernizar a vida dos que a rodeiam, é uma pedra no sapato do filho. Beijo (Otávio Augusto) é um tio que tenta, de qualquer jeito, se dar bem às custas do “parente presidente”. Com os filhos, a relação é ainda mais delicada. A primogênita, Marta (Juliana Schalch), é uma menina mimada e explosiva. E Julio (Murilo Armacollo) exige do pai uma compreensão que Paulo não é capaz de oferecer.
Depois de anos longe de casa, ele retorna como a transexual Julie.
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