CULTURA
Um tributo iluminado
Intérprete baiana Mariene de Castro homenageia a cantora Clara Nunes com o lançamento do CD e DVD ' Ser de Luz - Uma Homenagem a Clara Nunes'.
Publicado em 09/03/2013 às 6:00
Em 2013, faz 30 anos que o Brasil perdeu a artista e ganhou o brilho estelar de Clara Nunes (1942-1983). O esplendor da 'Morena de Angola', uma das vozes que cantou mais alto a miscigenação e o misticismo do brasileiro, inspirou a baiana Mariene de Castro a celebrar a data com Ser de Luz - Uma Homenagem a Clara Nunes, registro que sai em CD e DVD em parceria entre o Canal Brasil e a Universal Music (R$ 21,90 e R$ 29,90, respectivamente).
O projeto ao vivo, o segundo da carreira da intérprete baiana, foi gravado no Espaço Tom Jobim, no Rio de Janeiro, em outubro do ano passado, e contou a participação de Zeca Pagodinho e Diogo Nogueira.
Segundo Mariene de Castro, a ideia de regravar as canções eternizadas por Clara surgiu da leitura de sua biografia, escrita pelo jornalista Vagner Rodrigues.
"Clara surgiu no momento em que li o livro Guerreira da Utopia (Ediouro, 320 páginas, R$ 50), quando passei a ter curiosidade por sua história e de lá para cá pude ter maior contato com a obra dessa grande artista", conta a cantora.
A partir daí, Mariene de Castro dedicou-se a garimpar, entre um repertório de vários estilos que refletiam a diversidade de Clara, aquelas canções que melhor traduzissem o seu lado 'luminoso': "A escolha do repertório foi buscar o lado ensolarado de Clara e as canções que estavam no inconsciente coletivo do povo", explica.
Entre as versões, destacam-se composições como 'Feira de mangaio', de Sivuca (1930-2006) e Glorinha Gadelha, baião que Clara Nunes gravou no álbum Guerreira, de 1978.
"Venho de uma família do interior da Bahia, sou neta de um professor de acordeom que era caminhoneiro e apaixonado pela obra de Luiz Gonzaga. Daí minha forte relação com o forró, referência dentro da minha casa", justifica Mariene, que se apresenta no palco acompanhada do sanfoneiro Cicinho.
Zeca Pagodinho e Diogo Nogueira colaboram, respectivamente, com os sambas 'Coisas da antiga', de Wilson Moreira e Nei Lopes, e 'Juízo final', de Nelson Cavaquinho e Elcio Soares.
"Cantar com Zeca e Diogo foi uma honra!", exalta. "Já existia uma relação tanto com um quanto com o outro, já havíamos cantado juntos. São grandes portelenses! Zeca, meu padrinho, está presente em meu dia a dia. Clara viu Diogo nascer".
O DVD de Ser de Luz inclui também cinco canções de um show do CD Tabaroinha, disco do ano passado que é o segundo de estúdio de Mariene de Castro: "É um projeto relativamente recente, de carreira, e que estamos trabalhando em paralelo com esse projeto especial", explica.
Também atriz (sua primeira participação no cinema foi no filme Jardim das Folhas Sagradas, dirigido por Paola Ribeiro em 2011), Mariene de Castro prepara-se este ano para interpretar sua primeira protagonista em um longa-metragem que estreia ainda este ano e terá também a participação do cantor pernambucano Otto. "O filme foi gravado no interior de Minas Gerais e chama-se Quase samba, dirigido por Ricardo Targino. O filme é lindo, muito forte e emocionante".
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