CULTURA
Valente estreia na PB; confira mais filmes
Primeira animação da Pixar a ter uma personagem feminina como protagonista, 'Valente' estreia nesta sexta-feira (20) em CG e JP.
Publicado em 20/07/2012 às 6:00
Em 2006, a Walt Disney Picture – que sempre distribuiu as animações em longas-metragens da Pixar – adquiriu o estúdio que estreou com Toy Story (1995). Com isso, produções como Carros, Ratatouille, Wall-E e Up - Altas Aventuras passaram a ostentar o Castelo da Cinderela, símbolo da subsidiária cinematográfica.
Dentro deste contexto, estreia nos cinemas de João Pessoa e Campina Grande Valente (Brave, EUA, 2012), primeira animação da Pixar a ter uma personagem feminina como protagonista e também o debute do estúdio no mundo dos ‘contos de fadas’, situado na época em que as histórias eram popularizadas pelos Irmãos Grimm. A produção chega com cópias dubladas, exibições em 3D e convencional.
O filme mira na jovem chamada Merida, princesa das Terras Altas escocesas, que não quer saber da vida de realeza, muito menos dos deveres e costumes de uma herdeira do trono de seu pai, o rei Fergus, como ter a sua mão conquistada em jogos de guerra por um corajoso lorde.
É com essa ideia que a Pixar ‘derruba’ o paradigma instituído no início do Século 19 pelos Grimm e amplamente divulgado pela própria Disney nas figuras das frágeis damas em apuros como Branca de Neve, Rapunzel e a Bela Adormecida. Na verdade, o estúdio resgata a essência original dos contos, que tem a ausência da figura masculina do caçador para ‘salvar’ a Chapeuzinho Vermelho e a sua vovozinha, por exemplo.
Em Valente, também é quebrada a hegemonia de personagens masculinos à frente da história, deixando a figura redentora do príncipe encantado do lado e colocando todos os holofotes – ou seriam tochas? – para a princesa que busca seu sonho de se tornar uma exímia arqueira, desafiando não só os pais, mas também o modelo Disney.
DEBAIXO DOS CARACÓIS
O estúdio de Rapunzel e cia. já tinha esboçado um diálogo feminista presente em personagens com uma postura mais independente como em Enrolados (apesar de ainda ter a presença do príncipe) e até temáticas como o assédio sexual, vide a cigana Esmeralda, alvo de más intenções do Juiz Claude Frollo, no longa O Corcunda de Notre Dame (1996).
Como o personagem bíblico Sansão, a Merida de Valente tem a batalha por seu destino representado nos seus cabelos ruivos e encaracolados, que aparecem rebeldes, esvoaçantes e desarrumados.
Diferente dos cabelos bem cuidados e penteados como da recatada e reclusa Rapunzel, as madeixas de fogo da protagonista refletem o seu espírito contestador, procurando a liberdade e independência como o seu conterrâneo e ‘tiradentes’ escocês sir William Wallace (1272-1305).
Nos bastidores, a animação é também regida por uma mulher no comando: Brenda Chapman, codiretora de O Príncipe do Egito (1998), assina a história (ao lado de Irene Mecchi, de O Rei Leão) e a direção. A cadeira de diretor do cineasta Mark Andrews, de John Carter: Entre Dois Mundos, também é colocada ao lado da Chapman.
Na dublagem, os atores Luciano Szafir e Murilo Rosa estreiam na versão nacional. A paulista Manu Gavassi canta as versões musicais de ‘O céu vou tocar’ e ‘Ao ar livre’.
No mês passado, foi lançado pela Disney Interactive Studios Brave: The Video Game, jogo que amplia os cenários e a trama da animação. O game está disponível para o Play- Station 3, Xbox 360, Wii, PC e Nintendo DS.
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