Wando desfila sucessos românticos em primeiro show no Seis e Meia

Renato Félix, do Jornal da Paraíba

Ícone da música romântica, o máximo do brega ou um cantor já folclórico com sua sempre comentada coleção de calcinhas? O público vai poder tirar suas próprias conclusões - se ainda não as tem - nos shows que Wando fará no ‘Seis e Meia’, projeto em que se apresenta pela primeira vez. Hoje, a apresentação é em João Pessoa, no MAG Shopping; amanhã, é em Campina Grande, no Garden Hotel. O horário, claro, é 18h30.

O que não vai faltar é gente cantando “Você é luz/ é raio, estrela e luar/ manhã de sol/ meu iaiá, meu ioiô”. Esses versos viraram um momento de libertação do que poderia ser entendido como uma “ditadura da elegância” ou algo parecido. Muita gente diz que não ouve um disco de Wando, mas não resiste a “Fogo e paixão”, um verdadeiro hino cafona nacional.

Ninguém lembra, mas ele começou como cantor de samba, nos anos 1970 (o primeiro disco chamou-se Glória a Deus no Céu e Samba na Terra, de 1973. A partir do segundo disco, no entanto, o repertório romântico já começou a dominar os discos de Wando (Ângela Maria gravou “Vá, mas não volte” , em 1974) e o tom erótico acabou fazendo a fama do cantor, dominando até os títulos dos discos - alguns inacreditáveis, como Vulgar e Comum É Não Morrer de Amor (1985, justamente o disco de “Fogo e paixão”) ou Ui-Wando de Paixão (1986).

Seu primeiro grande sucesso é “Moça”, de 1975 (você conhece: “Moça/ Sei que já não és pura...”). No decorrer dos anos, Wando abraçou com galhardia a fama que ganhou. As fãs atiravam calcinhas no palco e ele, gentilmente, passou não só a colecioná-las como também distribuir outras nos shows, além de sortear noites de motéis.

Seu disco Chacundum (1997) ostenta um varal de calcinhas na capa. E ele disse em entrevistas que transformou seu apartamento em um minimotel - com direito a cama redonda e espelhos.