CULTURA
Yamandu Costa e Renato Borguetti fazem apresentação única em João Pessoa
Publicado em 19/11/2011 às 10:00
Aqui você a conhece pelo nome de sanfona, mas lá no Sul ela é 'oito baixos' ou 'gaita ponto'. Aqui, ela divide o palco com a zabumba e o triângulo nos tradicionais bailes juninos. Lá, é o violão de sete cordas quem lhe faz companhia, em churrascadas misturadas ao sabor autêntico do arroz carreteiro, regado pelo bom e velho chimarrão.
Em João Pessoa, quem traz o peso desta parceria musical marcada pelo diálogo entre violão e sanfona é Yamandu Costa e Renato Borguetti, dupla que faz única apresentação hoje, no Teatro Paulo Pontes, a partir das 21h.
Yamandu esteve na Paraíba em maio do ano passado, no Fenart, já mostrando a relação que nutre com um instrumento que esteve no colo de Sivuca (1930-2006), homenageado daquela edição do festival.
Também já dividiu o palco com outro sanfoneiro ilustre: Dominguinhos, encontro que rendeu o CD e DVD ao vivo que gravaram no Auditório Ibirapuera, pela Biscoito Fino, em 2009.
Agora, o 'cúmplice' é o conterrâneo Renato Borghetti, outro virtuose do fole. Segundo Yamandu, o 'namoro' com a sanfona é tão antigo quanto o seu 'caso' com Borghetti.
"Sempre tive paixão e admiração pelo acordeom, que toco um pouqinho até, por considerar um dos instrumentos mais completos já fabricados", conta Yamandu. "Isso vem de minha relação com o Borghetti, que data de muitos anos, desde antes de minha carreira como solista acontecer."
Violonista que dilapidou seu talento se inspirando nos ases do chorinho, Yamandu agora está preocupado em regionalizar cada vez mais seu repertório. "Aqui no Nordeste nem tanto, mas nas regiões fronteiriças do Sul, o violão de sete cordas é quase um irmão gêmeo da sanfona. Eu é que sou sem vergonha e fico passeando por gêneros como o choro", brinca Yamandu.
Ao saber que as rodas de choro têm se popularizado na Paraíba, Yamandu se anima: "O choro é o idioma comum dos músicos brasileiros. É maravilhoso saber que a gurizada tem tocado choro do Oiapoque ao Chuí. Acho que isso diz muito sobre a autoestima do brasileiro, que começa a valorizar sua música", conclui.
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