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CULTURA

Zappa está de volta

Universal reedita dois discos antológicos do músico: 'Hot Rats' e 'We're Only in it'.

Publicado em 14/10/2012 às 11:14


Cínico, sarcástico, irreverente, polêmico, inovador, experimental são alguns dos predicativos habitualmente relacionados a Frank Zappa, tanto ao personagem quanto à sua obra. Como compositor, guitarrista, arranjador e produtor do gênero-musical-que-tudo-engloba chamado "rock", já foram lançados mais de 150 discos em seu nome, incluindo as diversas compilações.

Após sua morte em 1993, vítima de câncer de próstata, a obra musical de Zappa vinha sendo protegida com mão-de ferro pela viúva Gail e os filhotes do casal. Mas após alentado acordo judicial entre a Universal e os herdeiros do espólio, serão relançados 60 de seus títulos.

Frank Zappa é um daqueles casos clássicos do tipo "ame-o ou deixe-o". Aclamado pela crítica em geral e por músicos de procedências diversas, é considerado um gênio visionário que embaralhou livremente estilos musicais (sugere-se que teria antecipado o jazz rock) e que anteviu o consumo de música por envio de arquivos digitais.

Mas há quem o entenda como o iconoclasta zoador, cujas piadas não sobrevivem a uma terceira audição. Quem ainda não tem uma opinião formada, é hora de um bom tira-teima. Mesmo já tendo sido relançados lá fora os 12 primeiros discos do início da carreira do ultraprodutivo músico, aqui no Brasil saíram apenas dois - ambos pela Universal Music. Mas já é um duplo bom começo.

De 1968, We´re Only In it For the Money é cronologicamente o terceiro de Frank Zappa com seu grupo Mothers of Invention.

Entrando "de sola", o disco parte para a sátira logo na capa com uma hilária referência ao album Sgt. Pepper´s dos Beatles. Em 39 minutos, mescla belas melodias assobiáveis com vocais toscos, pontua orquestrações com efeitos de estúdio e grotescos ruídos incidentais, tudo para afrontar um dos alvos preferenciais de Zappa: os hippies e o cenário bicho-grilo/flower-power da época.

"Who needs the Peace Corps?" é a súmula dessa aversão. Também sobram farpas e muito desencanto para falar da relação entre pais e filhos na America ("Bow Tie Daddy","Flower Punk Hot Poop"). Se os temas parecem datados, o som ainda provoca.

Em uma canção, pode-se ouvir quatro estilos diferentes. Não é uma audição fácil, exige ouvintes atentos para lógica zappeana que embala os comentários jocosos (e às vezes escatológicos) de suas letras com uma absurda ironia musical. Insisto, caro leitor: em se tratando de Zappa, a sua avaliação pode variar de "obra-prima" a inaudível. Mas a aventura está garantida. E você ainda vai poder conferir o quanto de Zappa ainda existe nas bandas transgressoras da semana.

O outro que saiu é um hit e um clássico: Hot Rats, de 1969, é na prática o segundo álbum solo de Zappa e o sétimo da carreira. Quase todo instrumental (apenas uma faixa tem vocais de Captain Beefheart), o disco traz Zappa pela primeira vez solando em longos temas na companhia de uma superbanda que inclui o multinstrumentista Ian Underwood (o único músico que se repete nas seis faixas do CD), além de Shuggie Otis (baixo) e Jean Luc Ponty e Don Harris (violinos).

Além da antológica "Peaches en regalia", vale ouvir "Son of Mr.Green Genes" e "Gumbo variations" como atestados da competência musical de Zappa. Cult desde seu lançamento, "Hots Rats" é outra figurinha carimbada nas regulares listas dos 100 mais do rock.

Aos audiófilos, vale dizer que desses dois relançamentos apenas Hot Rats teve nova remasterização e soa bem diferente da edição em CD do final dos anos 80 pela Ryko Disc (...aquela dos estojos de plástico transparente esverdeado, lembra?). (Especial para o Jornal da Paraíba)

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Jornal da Paraíba

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