5G: UFCG ajuda a desenvolver tecnologia que pode gerar nova revolução industrial

Internet pra 'voar' no smartphone. Indústrias com máquinas autônomas. Comércio digital transformando o tradicional. Carros que se comunicam entre si e com a infraestrutura da cidade. O que pode parecer ficção científica pra muita gente está em vias de gestação - e tem DNA campinense. É que a resposta que torna possível tudo isso está sendo desenvolvido no 5G Living Lab, montado na Universidade Federal de Campina Grande. E nesta sexta-feira (18) o público vai poder experimentar a tecnologia montada no campus.

Este é o primeiro laboratório de domínio da tecnologia 5G nas regiões Norte e Nordeste, o terceiro no país. O próximo será implementado em São Paulo, mas só no ano que vem. Campina Grande só chega depois de dois centros de tecnologia de Santa Rita do Sapucaia, em Minas Gerais, e Florianópolis, em Santa Catarina. A tradição em pesquisa, desenvolvimento e inovação contaram a favor.

O trabalho está sendo realizado no Centro de Engenharia Elétrica e Informática da UFCG, através do núcleo Virtus. São mais de 200 pessoas trabalhando em mais de 30 projetos de desenvolvimento de soluções tecnológicas para a indústria na região.

Essa interação com o mercado é exatamente o que as empresas que promovem o laboratório, Tim e Nokia, buscam. Segundo o Head de Inovação da Tim, Janilson Bezerra, o 5G vai ser o propulsor da quarta revolução industrial ao "promover a digitalização do mundo físico". "A gente desenvolve algo disruptivo e entrega resultados, atendendo a necessidades do mercado. Essa multiplicidade permite desenvolver soluções para a indústria 4.0", garante Danilo Santos, presidente do Conselho Deliberativo do Virtus.

Experimentação no Campus

Como parte da ativação do laboratório, uma tenda de experimentação de tudo que a tecnologia vai proporcionar foi montada no Campus da UFCG para apresentar as novidades ao público.

No local é possível ver como o 5G pretende oferecer mais do que banda de internet em alta velocidade para smartphones. São soluções aplicáveis em saúde, educação, construção civil e indústria - além do entretenimento, especialmente para os amantes de games.

De acordo com Janilson, a proposta do projeto é gerar consciência sobre o poder transformador do 5G. "Nós nós conectamos de forma muito significativa. Mas é preciso colocar a sociedade pra pensar nisso", propõe.

Segundo Danilo, os três pilares do 5G são baixíssima latência (tempo que a informação leva pra chegar ao usuário, calculada em milissegundos), velocidade de pico (o objetivo é 20GB) e ultra conectividade. Tudo isso para permitir operação de retroescavadeiras com precisão cirúrgica, monitoramento do quadro clínico de pacientes, funcionamento perfeito de longas cadeias produtivas, como no agro negócio. E tudo podendo ser feito a distância.

O 5G Living Lab é o único laboratório do Virtus que está funcionando fora do prédio do núcleo. Saiu exatamente pra ficar perto de alunos e projetos de outros setores para promover uma interação com os problemas e desafios de profissionais de várias áreas.