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ECONOMIA

Algodão colorido terá preço mínimo, diz Conab

Política de Garantia de Preços Mínimos da Conab deve estabilizar cadeia produtiva do algodão colorido e afastar ameaça de atravessadores.

Publicado em 16/02/2013 às 6:00


A Companhia Nacional de Abastecimento, (Conab), regional Paraíba, vai garantir a produção e venda estável do algodão colorido na Paraíba com a introdução da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). Isso vai evitar a desestabilização da cadeia produtiva e afastar a ameaça dos atravessadores, que muitas vezes acaba comprando a fibra do algodão colorido até 80% mais barato do que o valor justo de mercado.

Na próxima semana, técnicos da Conab do Estado e nacional vão visitar os municípios produtores desta cultura para iniciar a pesquisa do preço da pluma do algodão colorido. Na segunda-feira, a equipe vai estar na cidade de São João do Rio do Peixe e na terça-feira no município de Juarez Távora. O superintendente da Conab na Paraíba, Gustavo Guimarães Lima, afirmou que a estimativa é que a partir do mês de abril o algodão colorido já esteja inserido na PGPM.

Segundo o superintendente da Conab, o governo federal vai liberar recursos para serem emprestados aos produtores do algodão colorido com ágio de 3% ao ano, o que equivale a 0,25% ao mês.

Para isso será preciso se estabelecer o preço mínimo do quilo da pluma que deverá ser ofertado no mercado. Daí a necessidade da pesquisa que se inicia segunda-feira.

“Na hora de vender, os agricultores se deparam com a presença dos atravessadores que chegam a comprar o algodão colorido até 80% mais barato. Ao incluirmos esta cultura na PGPM, a Conab empresta o dinheiro da produção ao agricultor com ágio de 3% ao ano. Isso dará mais tranquilidade para o produtor vender a fibra pelo preço justo e depois pagar o empréstimo do governo federal”, explicou Gustavo Lima.

Através da iniciativa, a Conab pretende fazer com que os empresários que tentarem explorar os produtores estejam cientes de que ou compram a fibra pelo preço mínimo estabelecido ou ficam sem matéria-prima para fabricarem seus produtos. “O nosso objetivo é fazer com que os agricultores encontrem compradores que adquiram o algodão por um preço bom, acima do mínimo, para que eles tirem o seu lucro e assim fortaleça a cadeia produtiva”, disse o superintendente da Conab.

Por causa da venda da fibra por valores irrisórios, a cadeia produtiva foi apresentando queda ao longo dos anos porque, segundo o superintendente da Conab, os produtores ficaram desestimulados.

“Os produtores começaram a investir em outras culturas como feijão. Para se ter ideia, a plantação do algodão colorido na Paraíba já chegou a 4.000 hectares plantados e hoje temos apenas 400 hectares”, frisou Gustavo Lima.

Concomitantemente à inclusão do algodão colorido na PGPM, está sendo realizado um trabalho de conscientização junto aos produtores. A orientação da Conab é para que eles resistam em baixar o preço da produção para não desestruturar o mercado.

O algodão colorido é utilizado em confecções artesanais em muitas regiões nordestinas e fonte de renda de inúmeras famílias, segundo informações dos próprios técnicos. O cultivo é realizado ainda de forma rudimentar. O convite feito à Superintendência da Companhia no estado pelos produtores busca o apoio dos órgãos federais, principalmente agora que a seca na região destruiu plantações e vem dificultando o cultivo da fibra.

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Jornal da Paraíba

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