icon search
icon search
home icon Home > economia
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

ECONOMIA

Alta dos juros pode provocar inadimplência

Tática usada pelo governo federal para conter a inflação é criticada por entidades que atuam no comércio e indústria.

Publicado em 17/01/2014 às 6:00 | Atualizado em 26/05/2023 às 17:33

Com alta para 10,5% da taxa básica de juros (Selic), as linhas de crédito devem ficar mais caras e a tendência é que aumente a inadimplência em João Pessoa. Essa é uma das consequências possíveis projetadas pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da capital. Entidades que atuam no comércio, indústria e alguns especialistas da Paraíba criticam a tática usada pelo governo federal para conter a inflação. Esse foi o sétimo aumento seguido da Selic.

O diretor do SPC de João Pessoa, Lindembergh Vieira, criticou a postura do Banco Central que teve anuência da presidente Dilma Rousseff "porque os juros no Brasil já são os maiores do mundo. Com a alta da Selic toda a população que depende de crédito e tem contas parceladas podem encarecer muito seus débitos, caso atrasem o pagamento dessas parcelas". Vieira ainda lembrou que a elevação da taxa também onera a dívida interna do país.

“Todo mundo que possui débito com os bancos vão enfrentar juros maiores e eles já são criminosos no Brasil. Os juros do cartão de crédito e cheque especial a 19% ao mês é inconcebível. O governo está maquiando nossa economia, que não encontrou ainda o rumo certo”, avalia Lindenbergh.

O presidente da Associação Comercial de Campina Grande, Álvaro Morais, afirmou que a alta nos juros vai implicar em retração no comércio varejista e o custo maior vai desde a aquisição da matéria-prima até o consumidor final, que geralmente compra a prazo. “Na hora em que o crédito no mercado fica mais caro, a população compra menos. Mas em um ano de eleição, esta atitude não cai bem para o governo federal”.

Segundo Álvaro, outra alternativa para reduzir a inflação seria barrar os gastos públicos. “Mas os governos não gostam de mexer nisso. Então, eles não fazem o dever de casa e jogam a responsabilidade na sociedade", criticou.

HORA DA CAUTELA

O economista e consultor de finanças pessoais, Cláudio Rocha, alertou para os paraibanos comprarem apenas o necessário nesse momento como forma de evitar a inadimplência na aquisição de bens duráveis. Com os juros altos, fica mais difícil pagar o cartão de crédito no final do mês e aumentam os riscos de ficar com o nome sujo na praça.

“O problema do consumidor que compra a prazo é que ele deseja ter a posse do bem antecipadamente. No entanto, é preciso cautela neste momento com as compras parceladas. Melhor é juntar dinheiro e tentar pagar à vista ou adiar a aquisição do produto”, destacou Rocha.

O economista destacou que quem toma crédito emprestado perde, mas quem tem investimento atrelado a Selic ganha. Os principais sites nacionais já divulgavam ontem que com a alta da Selic os fundos de investimentos ficaram mais atraentes em comparação à caderneta de poupança.

Um exemplo são os fundos DI, que aplicam títulos que evoluem conforme a alta dos juros. Eles passaram a render 7,56% ao ano, acima do ganho de 6,8% da poupança (considerando a Taxa Referencial de 0,05% ao mês). A melhor alternativa ainda é o Tesouro Direto, sistema de compra e venda de títulos públicos pela internet. Os títulos que acompanham a alta da Selic são pós-fixados, como Letras Financeiras do Tesouro (LFT). Eles passam a render 8,35% ao ano em 12 meses.

FIEP DA PB PREVÊ MENOS INVESTIMENTOS

Para o presidente da Federação das Indústrias na Paraíba (Fiep), Buega Gadelha, a medida do governo federal em aumentar a Selic representa menos investimentos no setor porque o crédito fica mais restrito. Segundo ele, a alta dos juros barra o crescimento da indústria.

A Selic representa um aperto no crédito, com isso diminui o consumo e o crescimento na indústria. Isso não deveria ter ocorrido porque é mais uma pressão do sistema financeiro do que uma necessidade. Há também redução em investimentos e alteração na dinâmica da economia”.

O presidente do Conselho Regional de Economia na Paraíba (Corecon-PB), Celso Mangueira, lembrou que esses aumentos sucessivos da Selic têm reflexo direto no comércio e como este é um mês de muitas despesas, isso vai afetar as vendas. “A redução na oferta de crédito reduz os negócios, o consumo e tudo isso para forçar a queda da inflação. Mas o aumento dos juros muda toda o ritmo da dinâmica da economia desde a renda, consumo até a produção”, enfocou.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp