ECONOMIA
Apagão de mão de obra atinge 70% das empresas
Déficit de profissionais qualificados na construção civil provoca queda de atividade industrial.
Publicado em 01/04/2012 às 15:00
Cerca de 70% das empresas no Brasil sofrem com a falta de mão de obra qualificada no setor da construção civil, segundo pesquisa realizada recentemente pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). É ainda mais alarmante o número de contratados que obtiveram formação profissional anterior: apenas 18%.
O déficit de profissionais capacitados, comumente chamado de “apagão da mão de obra”, afeta negativamente todos os departamentos de uma empresa, prejudica o setor da construção, ao provocar a queda no nível de atividade do segmento, elevando os preços de produtos e serviços ao consumidor final.
Uma das soluções para suprir essa lacuna é o investimento em profissionalização, por meio de cursos técnicos específicos para o setor, alternativa eficaz e com bons resultados em curto e médio prazo.
Buscando a qualificação de seus profissionais e, alcançando, a melhoria do produto final, algumas empresas de João Pessoa investem constantemente na formação e atualização do seu quadro de funcionários. Para José William Montenegro, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP), investir no crescimento profissional do funcionário é uma iniciativa de retorno certo que se mostra na qualidade e pontualidade do produto final. “O funcionário satisfeito produz mais”, afirma.
MAIOR ROTATIVIDADE
Um boletim do Banco Central do Brasil de 2011 aponta que a Construção Civil é o segmento que apresenta a menor taxa de permanência no emprego do país, apresentando um mínimo de 20% de rotatividade do quadro de funcionários.
Isso se deve, principalmente, pela falta de qualificação profissional inerente ao setor. Essa é uma característica da construção civil que também tem se mostrado sensível à política de investimento no colaborador, empresas do setor têm vivenciado uma queda significativa de rotatividade entre os funcionários que cresceram dentro da empresa com qualificação profissional.
Apesar de todo o investimento, empresários do setor afirmam não há fórmula mágica para sanar os problemas do segmento que vive um boom imobiliário. “Temos mantido salários de acordo com o mercado. Procuramos mostrar aos profissionais a vantagem de trabalhar numa empresa ética, que respeita a boa técnica, o meio ambiente e os aspectos de segurança”, diz José William que também é diretor-presidente da construtora Conserpa de João Pessoa.
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