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ECONOMIA

Apenas 32% das cooperativas na Paraíba estão ativas

A pesquisa, que é a primeira realizada no Estado sobre o setor, traz informações referentes ao ano de 2012.

Publicado em 29/08/2014 às 6:00 | Atualizado em 11/03/2024 às 12:11

O Sistema OCB-PB (Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado da Paraíba) lançou ontem o Censo do Cooperativismo Paraibano 2013. A pesquisa inédita partiu de um universo de 449 cooperativas inscritas no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), mas só 144 foram encontradas em atividade, o que corresponde a 32% do total. Outras 103 cooperativas estão desativadas e 202 estavam sem contato. A pesquisa, que é a primeira realizada no Estado sobre o setor, traz informações referentes ao ano de 2012.

O presidente do Sistema OCB-PB, André Pacelli, explica que estes números denotam um momento em que houve a criação de muitas cooperativas sem estudo de viabilidade econômica ou engajamento de seu corpo de associados. “Sabemos também que muitas cooperativas agropecuárias faliram em função dos problemas climáticos da nossa região, que sofreu longos períodos de seca. Há, ainda, o caso de algumas ‘pseudo-cooperativas’, que sucumbiram porque foram criadas com o intuito de burlar a legislação vigente, previdenciária e trabalhista. Estas, naturalmente, não têm o apoio do Sistema OCB e não representam o verdadeiro cooperativismo”, enfatizou.

Para o professor Paulo Galvão, que é doutor em Sociologia das Organizações, a conjuntura das cooperativas paraibanas não é diferente da conjuntura do Estado porque elas fazem parte da mesma economia. Ele lembrou que muitas cooperativas foram criadas no passado, de cima para baixo, sob estímulo governamental, o que mudou após a redemocratização e, por isso, muitas faliram.

“A realização de um censo das cooperativas se constitui num trabalho inédito. É como se fizéssemos um diagnóstico para traçar um planejamento do setor e os dados coletados nos mostram que há muito trabalho a ser feito”, destacou.

A pesquisa informa que as cooperativas desativadas tiveram sua situação confirmada por órgãos competentes da cidade onde estão inseridas e visita in loco para comprovação. Já as sem contato são aquelas que não foram encontradas nos endereços indicados e sobre as quais não se conseguiu nenhuma informação. O Censo é resultado de um trabalho realizado pelo grupo 6Sigma sob responsabilidade do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo na Paraíba (Sescoop-PB).

INCENTIVO À ECONOMIA LOCAL

É interessante observar que o número de cooperativas encontradas (144) é bastante próximo ao do banco de dados do Sistema OCB-PB (139). Do total de cooperativas encontradas pelos técnicos, 92 forneceram informações ao Censo, o que representa uma importante amostra da realidade do setor. A maior parte destas cooperativas (33,7%) faz parte do ramo agropecuário, seguidos pelos ramos de saúde (18,5%), crédito (13%) e produção (12%). Nas cooperativas pesquisadas havia 21.180 cooperados e 2.444 empregados.

Em 36 municípios onde há cooperativas, a média do IDH é de 0,619 - 6,4% maior que a média das cidades onde não há cooperativas (0,582). O PIB per capita dos municípios paraibanos com cooperativas é 47,9% maior que o das outras cidades. Já o Índice Firjan é 7,4% maior nestas cidades. “Estes indicadores mostram que as cooperativas são importantes agentes de desenvolvimento local”, destacou Paulo Galvão.

O patrimônio líquido das cooperativas que forneceram informações ao Censo chegava a R$ 402,38 milhões em 2012, o que supera em 19,3% o valor do ano anterior (R$ 337,22 milhões). No que se refere à formação do patrimônio líquido das cooperativas, a maior parcela vem do capital social (81,8%). A receita total gerada por estas cooperativas, em 2012, chegou a R$ 598,160 milhões. Quanto aos impostos, o que mais incide sobre a atividade das cooperativas é o Imposto de Renda (32% de impacto).

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Jornal da Paraíba

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