ECONOMIA
Atraso do 'Minha Casa' gera demissão na PB
Repasse do programa às construtoras e a desaceleração do setor provocam desligamentos.
Publicado em 24/03/2015 às 6:00 | Atualizado em 16/02/2024 às 13:04
Com a geração de empregos em queda e redução de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o setor da construção civil passa por desaceleração. As construtoras que executam obras com recursos do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) continuam sofrendo com atrasos no repasse de recursos do governo federal.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil em João Pessoa (Sinduscon-JP), Fábio Sinval, o problema atinge principalmente as construtoras que trabalham com a faixa 1 do programa. “É um problema nacional. Estão atrasando repasse no país inteiro, principalmente na faixa 1. São atrasos de 60 dias a 90 dias pelas informações que temos recebido”, contou Sinval. Ele disse ainda que devido à situação, somada à desaceleração que o setor vem enfrentando, já ocorrem desligamentos de trabalhadores.
“As demissões estão acontecendo porque o setor todo vem passando por uma desaceleração. O PAC também está atrasado e não tem mais tanta obra. Além disso, a faixa 1 do programa Minha Casa já trabalha com uma lucratividade pequena e atrasando o pagamento prejudica empresas, principalmente
Na faixa 1 do programa, a construtora é contratada para realizar a obra e recebe o pagamento do governo através da Caixa Econômica Federal, conforme explicou Sinval. Ele disse que as informações que chegam até o sindicato dão conta de que estaria faltando dinheiro para o projeto. “Mas eles negam”.
Os recursos do MCMV são oriundos do orçamento do Ministério das Cidades e repassados para a Caixa Econômica Federal, que é o agente operacional do programa. O Ministro das Cidades, Gilberto Kassab, que esteve em João Pessoa na semana passada, informou que obras do PAC sofrem contingenciamento por falta de votação do orçamento da União no Congresso e pela medidas do ajuste fiscal.
DEMISSÕES NA PARAÍBA
Com cinco meses consecutivos de baixa no emprego, a construção civil acumula, até fevereiro, um saldo negativo de 3.227 postos na Paraíba, sendo quase metade (1.502) em João Pessoa.
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA entrou em contato com as assessorias do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica sobre os problemas no repasse, mas até o fechamento da edição não obteve resposta.
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