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ECONOMIA

Atraso nas obras da transposição pode gerar colapso na Paraíba

Enquanto as atividades correm o risco de entrar em colapso, as obras de transposição estão atrasadas há pelo menos três anos.

Publicado em 15/06/2015 às 8:00 | Atualizado em 08/02/2024 às 11:56

A crise hídrica que assola a Paraíba atinge todos os setores da economia: destrói a safra agrícola, inviabiliza a pecuária, ameaça a produção industrial e os postos de trabalho do comércio e serviços. Enquanto as atividades correm o risco de entrar em colapso, as obras de transposição do rio São Francisco estão atrasadas pelo menos três anos. Se as águas do 'Velho Chico' tivessem chegado aos 127 municípios paraibanos em 2012, como previsto, os prejuízos decorrentes desses quatro anos de seca contínua seriam mínimos ou poderiam nem mesmo existir.

Preocupados com a escassez no abastecimento do Estado, parlamentares e representantes de entidades paraibanas travam uma verdadeira 'guerra' para acelerar a entrega dos serviços nos eixos Norte e Leste do projeto, trechos que passam pelo Estado. O presidente da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep-PB), Buega Gadelha, salientou que já está se articulando para que pelo menos 1% dos US$ 53 bilhões que os chineses pretendem investir no Brasil (em obras estruturantes de vários setores) seja revertido para o projeto do São Francisco. Além disso, Buega busca trazer o conhecimento técnico dos asiáticos para acelerar a chegada das águas.

“A pactuação não é difícil. Estou trabalhando nisso e se houver um esforço concentrado ela vai ocorrer. Os chineses têm expertises neste tipo de obra e poderiam dar grande contribuição técnica à Paraíba”. Segundo Buega, as indústrias em Campina Grande só têm reserva de água até 2016. “A situação é crítica e as indústrias campinenses só dispõem de água até o início do próximo ano, caso contrário podem entrar em colapso. Se a transposição já tivesse ocorrido, todo tipo de abastecimento, tanto para o consumo humano quanto para os setores econômicos, estaria resolvido”.

No entanto, o Ministério da Integração Nacional anunciou em maio que a entrega do projeto não ocorrerá mais em 2016 como previsto, mas somente no final de 2017. Até lá fica a interrogação do que pode ocorrer com os setores econômicos do Estado. Vale lembrar que Campina Grande já é uma das 24 cidades da Paraíba que enfrentam racionamento de água.

Indústria ameaçadora

O vice-presidente da Fiep-PB e também empresário, Magno Rossi, endossa o coral dos que defendem a maior rapidez na liberação das águas do 'Velho Chico'. “É importante que tanto a parte estadual como federal não atrasem mais, porque nos últimos quatro anos tivemos um baixo índice pluviométrico no Estado. Vamos cobrar a entrega da transposição”.

A preocupação dos empresários pode ser retratada em números. Os reservatórios de água do Estado estão com apenas 20% de toda sua capacidade hídrica. Atualmente, 195 dos 223 municípios paraibanos estão em estado de emergência e 161 estão recebendo reforço através de carro-pipa conforme George Saboia, coordenador da Defesa Civil da Paraíba.

Preocupados com a situação, deputados organizaram o Relatório da Frente Parlamentar da Água da Assembleia Legislativa da Paraíba com a finalidade de fazer um raio X dos recursos hídricos do Estado e buscar soluções para o abastecimento das cidades. Para os parlamentares, os mananciais da Paraíba devem receber um reforço de água antes do final do próximo ano. “Na nossa compreensão, a obra do São Francisco deve ser acelerada, e as águas têm que chegar antes de dezembro de 2016”, frisou o deputado Jeová Campos, presidente da Frente.

No caso da agropecuária, a situação é crítica. O presidente da Federação da Agricultura da Paraíba (Faepa-PB), Mário Borba, afirmou que já passou o período chuvoso no Sertão e Cariri do Estado e o resultado foram índices pluviométricos abaixo do esperado. A produção nas plantações do Sertão praticamente não existe há quatro anos. A esperança este ano é que o inverno chegue no Litoral. A coisa está pior do que se pensa”.

Para se ter ideia, a produção de grãos na Paraíba em um ano com índice de precipitações dentro do normal é de 300 mil toneladas, segundo o supervisor de Agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), José Rinaldo. Mas no ano passado, esta produção foi de apenas 49.660 toneladas conforme o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do instituto. Isso significa uma queda de 83,44%.

Mário Borba denunciou que os gestores não fizeram a sua parte e mesmo que a transposição tivesse sido viabilizada na data inicial não poderia ser liberada para muitos municípios da Paraíba por falta de saneamento básico, uma obrigação de gestores públicos locais. “O esgoto da cidade de Monteiro, por exemplo, passa a céu aberto porque não foi feito o saneamento”.

Leia matéria completa na edicão de domingo do JORNAL DA PARAÍBA

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Jornal da Paraíba

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