ECONOMIA
Bairro Jardim Luna lidera valorização de imóveis
Preços no Jardim Luna saíram de R$ 3.893,70 para R$ 4.596,82, o que representou uma alta de 18,05% entre dezembro e abril.
Publicado em 28/06/2014 às 6:00 | Atualizado em 02/02/2024 às 17:23
O metro quadrado no bairro Jardim Luna, na zona leste de João Pessoa, teve a maior valorização este ano entre os bairros da Grande João Pessoa. Entre dezembro de 2013 e abril deste ano, o preço subiu 18,05%, saindo de R$ 3.893,70 para R$ 4.596,82. O Castelo Branco teve o segundo maior aumento (12,06%), passando de R$ 3.713,80 para R$ 4.161,09. Os números são resultado de uma pesquisa de mercado conduzida pelo tecnólogo Fábio Henriques a partir de dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-JP).
A valorização média dos imóveis em 22 bairros pesquisados na Região Metropolitana de João Pessoa foi de 2,84% em abril de 2014 ante o mês de dezembro do ano passado. No total, 18 bairros apresentaram variação positiva, enquanto outros 4 tiveram decréscimo – Camboinha (-8,40%), José Américo (-7,80%), Intermares (-3,59%) e Torre (-1,41%).
O corretor Fábio Henriques, coordenador do levantamento, lembra que o valor dos imóveis pode variar de um mês para o outro conforme os lançamentos imobiliários na região. “Quando um prédio é lançado em um bairro, há um aumento imediato da demanda e o preço do metro quadrado sobe. Em bairros onde não houve lançamentos, o preço fica baixo”, afirma.
Foi o que aconteceu com os bairros de Camboinha e Intermares, ambos em Cabedelo, que tiveram redução no preço do metro quadrado. Mas Henriques espera que sejam lançados novos empreendimentos na região durante o período de veraneio, entre o final de 2014 e o início de 2015. “O preço na região deve voltar a crescer, principalmente em Intermares, já que há a expectativa da inauguração de um shopping”, diz.
“No caso do Jardim Luna, pode-se dizer que outros fatores contribuem, como o fluxo de circulação de veículos, ventilação e vista privilegiada. Mas é possível que dois empreendimentos sejam lançados em outro bairro nobre e valorize ainda mais”, comenta Henriques.
Para ele, o investimento em imóveis ainda deve render lucro aos compradores, uma vez que “o preço não tende a cair”.
FATURAMENTO
Segundo outro levantamento, as empresas do ramo de construção faturaram um total de R$ 620,028 milhões em vendas considerando os quatro primeiros meses do ano. O valor é 13,4% superior à receita no mesmo período de 2013, quando as vendas somaram R$ 546,545 milhões. Em abril, as vendas atingiram a cifra de R$ 136,334 milhões, com uma alta de 1,72% em relação aos R$ 134,028 milhões registrados no mês de março.
CABO BRANCO SUPERA BARREIRA DE R$ 7 mil
Pela primeira vez, o valor do metro quadrado no bairro Cabo Branco, o mais caro de João Pessoa, passou a barreira dos R$ 7 mil. Na comparação com o mês de dezembro, houve um acréscimo de 5,51%, variando de R$ 6.642,47 para R$ 7.008,68. Para Henriques, a redução de áreas livres para construção e de casas para venda aumenta o preço dos terrenos, e a conta é repassada para o consumidor. “Enquanto tiver oferta de imóveis em Cabo Branco, o preço vai se manter alto. Como existem poucos terrenos e casas para derrubar, por um bom tempo o metro quadrado de lá vai se manter como o mais caro de João Pessoa”, conta o corretor.
Para ele, a valorização dos imóveis se deve também ao aumento do padrão de vida em João Pessoa nos últimos anos. “A cidade melhorou a capacidade financeira. João Pessoa hoje não é mais cidade de funcionários públicos, temos muitos empresários e comerciantes. Quem tinha uma casa, resolveu capitalizar e comprou um apartamento de luxo. Isso tudo graças à construção civil”, acredita.
VALE A PENA INVESTIR?
Para o consultor de finanças Guilherme Baía, "existe no Brasil uma diferença de tempo muito grande entre o lançamento do projeto e sua conclusão, principalmente de apartamentos residenciais. Às vezes demora até 4 anos, por isso é necessário projetar o preço do imóvel para quando ele ficar pronto. O problema é que não é possível prever com exatidão".
Segundo Baía, "pode-se comprar um imóvel na planta no bairro do Altiplano esperando a valorização, mas alguns anos depois, outro prédio é construído em frente, tirando a vista para o mar, derrubando o preço do imóvel".
Nos últimos anos, algumas pessoas tiveram ganhos de até 100% com negócios imobiliários, "mas isso não quer dizer que o mercado vai continuar assim. O ritmo de lançamentos de imóveis está menor, mas os construtores querem manter o lucro. Com isso, há uma grande possibilidade de o investidor comprar em alta, o que é arriscado". Para Baía, atualmente, existem outros produtos financeiros que estão em baixa e têm perspectivas de crescimento melhores do que imóveis. "Mas tudo são projeções e perspectivas, não há como prever com total precisão, lembrando que comprar para investir é diferente de comprar para morar".
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