ECONOMIA
Bandeira vermelha: energia segue mais cara pelo sexto mês
Taxa adicional acrescenta R$ 5,50 a cada 100 quilowatts-hora gastos. Nos últimos 12 meses, a conta de energia já acumula uma alta de 58,82% em todo o país.
Publicado em 02/06/2015 às 7:10 | Atualizado em 08/02/2024 às 17:04
A conta de luz continua mais cara em junho. Pelo sexto mês consecutivo, os consumidores paraibanos receberão a conta de energia elétrica com a bandeira vermelha, que acrescenta R$ 5,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) gastos. A determinação, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foi adotada em função da escassez de água nos reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN). Nos últimos 12 meses, a conta de luz acumula alta de 58,82% em todo o país. O aumento vem causando impactos em residências e estabelecimentos comerciais, principalmente supermercados.
De acordo com o presidente da Associação de Supermercados da Paraíba (ASPB), José Willame de Araújo, as contas de energia elétrica representam a segunda maior despesa dos supermercadistas, sendo que a primeira maior é a despesa com funcionários.
Segundo José Willame, de 60% a 70% dos supermercados pagam menos em suas contas de energia por se enquadrar em uma categoria de alto consumo. Ainda assim, ele relatou que os reajustes, junto com a bandeira vermelha causaram muito impacto, e que em seu supermercado a conta chegou a praticamente dobrar.
“Todo mundo tem feito alguma coisa para economizar energia”, afirmou ele, acrescentando que o tema foi discutido em uma recente reunião entre supermercadistas. Em seu caso particular, José Willame contou que decidiu desligar freezers que mantinham cervejas, água e refrigerantes gelados em seu supermercado. “Cada freezer gasta em torno de R$ 280,00, porque fica sendo aberto e fechado muitas vezes, e não compensa porque não vendemos tanto a partir deles. Desde que desliguei os meus, minha conta já diminuiu em R$ 1 mil”, disse.
O gerente administrativo do supermercado BeMais, Gerson Silva, contou que o supermercado vem usando gerador próprio nos horários de pico, das 17h30 às 20h30, e também tem feito campanhas de conscientização com os funcionários para manter a economia de energia.
VENDAS DE LED
O impacto das contas mais caras tem levado os consumidores a procurar substituir suas lâmpadas incandescentes ou fluorescentes por lâmpadas de LED. O preço do produto, entretanto, ainda assusta alguns consumidores, conforme explicou o vendedor Ricardo Augusto, da loja Kiluz. “A procura aumentou uns 70% nos últimos 3 meses, mas eu diria que só metade dessas pessoas finaliza a compra. Muita gente vem olhar, mas se assusta com o preço e desiste”, afirmou.
Segundo Ricardo Augusto, o preço das lâmpadas já passou por redução. “No começo era uns R$ 50,00 uma lâmpada, hoje em dia já dá para encontrar de R$ 32,00 ou R$ 38,00, dependendo do fabricante”, contou.
Para ele, devido ao preço, as lâmpadas valem mais a pena para empresas. “Aqui na loja nós colocamos e já sentimos diferença no primeiro mês. Em uma residência que tem poucos pontos de luz demoraria alguns meses pra compensar”, avaliou.
Mesmo com os preços mais altos do que as lâmpadas convencionais, o gerente da loja O Mestre Materiais de Construção, Rodrigo Vieira, afirmou que as vendas de lâmpadas de LED vêm aumentando desde fevereiro. “Temos uma prateleira só de lâmpadas de LED logo na entrada da loja e estamos sempre repondo. Tem saído bastante e muito rápido”, disse.
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