ECONOMIA
Bebidas têm reajuste
Elevação dos impostos será ampliada em 1,5 ponto percentual; alta incidirá em tributos como IPI, PIS e Cofins.
Publicado em 02/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 16/01/2024 às 15:20
Os consumidores deverão pagar mais caro pelas bebidas chamadas frias como cerveja, refresco e isotônicos com elevação da carga tributária pelo governo federal. Os novos preços vão chegar ao consumidor de 10 a 15 dias. A decisão foi publicada ontem no Diário Oficial da União e já está em vigor.
Segundo decreto, a elevação dos impostos será ampliada em 1,5 ponto percentual. O repasse médio ao preço final da cerveja, por exemplo, segundo o Ministério da Fazenda, será de 0,4%. A alta incidirá em tributos como IPI, PIS e Cofins.
O presidente da Associação de Supermercados da Paraíba, Cícero Bernardo, prevê que em cerca de 10 dias o aumento deverá chegar ao bolso do consumidor. “Somente o que foi taxado pelo governo deverá ser reajustado, mas acredito que isso terá pouco impacto para a população, porque geralmente a indústria absorve parte deste aumento”, frisou.
O governo federal espera arrecadar R$ 200 milhões a mais por conta dessa elevação.
REPASSE SERÁ NA ÍNTEGRA
Ao contrário do presidente da Associação de Supermercados da Paraíba, Cícero Bernardo, o gerente comercial da B&A Distribuidora de Bebidas, Alexandre Ribeiro, contou que geralmente os fabricantes repassam o aumento do tributo na íntegra às distribuidoras. “E consequentemente vendemos mais caro para os supermercados”, destacou. A B&A atua em toda a Paraíba e comercializa bebidas destiladas, vinhos, licores e cervejas.
O JORNAL DA PARAÍBA procurou a Ambev, na Paraíba, para falar sobre o assunto, através de sua assessoria de imprensa, mas a informação foi de que a empresa não fala isoladamente sobre tributação.
Em nota, a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) disse que “vê com preocupação a decisão do governo de elevar a carga tributária federal incidente sobre bebidas frias, pois avalia que haverá dificuldades para as cervejarias absorverem este aumento dadas as fortes pressões de custo incidentes sobre o setor”. Segundo a assessoria de imprensa da CervBrasil, o prazo de quando a alta chegará ao mercado, assim como de que forma será feito o repasse, ainda não estão definidos, porque dependem de algumas discussões futuras.
A CervBrasil lembrou ainda que, somente nos últimos dois anos, a carga tributária de bebidas frias subiu mais de 20%, o que representa variação superior a oito pontos percentuais em relação à inflação do período.
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da Paraíba (Abrasel-PB), Marcos Mozinni, acredita que as indústrias vão transmitir o reajuste aos poucos. “Mas vamos segurar o máximo este aumento para não alimentarmos a inflação”, disse.
Com o reajuste na tributação, o governo pretende bancar os gastos extras feitos na energia elétrica gerado pelo uso das termelétricas.
Em vez de aumento, as águas minerais naturais, inclusive as naturalmente gaseificadas, ao contrário das cervejas e isotônicos, tiveram as alíquotas de IPI, PIS/Pasep e Cofins zeradas pelo governo federal.
Comentários