Bom atendimento é artigo raro na PB

Cliente bem atendido já pode ser sinônimo de empresa bem sucedida. Porém, especialistas revelam que a Paraíba está apenas engatinhando na caminhada rumo aos bons índices de empresas que se preocupem verdadeiramente com a qualidade do atendimento. Embora João Pessoa demonstre uma melhora significativa nos últimos anos, a falta de mão de obra qualificada ainda é um problema evidente em alguns setores de serviços e comércio.

Para o professor de administração da UFPB, Jairo Pontes, não existe um setor específico que se destaque em termos de qualidade do atendimento no estado. “O que existem são empresas, de diversos setores, que buscam a satisfação do cliente como estratégia para consolidação e ampliação de suas operações”, comenta.

Segundo o vice-presidente da Abrasel, Paulo Amaral, no setor de alimentação, por exemplo, há falta qualificação da mão de obra.

“Esse é um problema nacional. Os clientes estão cada vez mais exigentes, pois estão tendo como referência o atendimento em outras cidades e países”. Para ele, este ponto é essencial, tendo em vista que, bem atendido, o usuário fica mais receptivo, retorna em outra oportunidade e isto influencia diretamente no crescimento da empresa.

O vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis na Paraíba (ABIH-PB), Tadeu Pinto, assegura que o setor hoteleiro da cidade não sofre com o mesmo problema. “Nossa notícia é que a media de atendimentos em João Pessoa, Campina Grande e Patos (de hotéis e motéis) está entre 65% e 85% satisfatória. Os casos de insatisfação são pontuais”.

O professor de Turismo da UFPB, André Luiz Piva, entende que João Pessoa melhorou nos últimos anos. Segundo ele, há avanços significativos, especialmente em hotéis, restaurantes, bares e agências de viagens receptivas. “Há alguns anos teríamos muitas críticas sobre a insuficiência de investimentos e cuidados dos empresários paraibanos no setor. Mas hoje já tivemos avanços significativos”, diz.

Por outro lado, o consumidor Venezo Lisarb acredita que, em cidades onde a concorrência é mais acirrada, o tratamento com os clientes é melhor. “Estou sempre indo a Recife e lá, normalmente, sinto que as empresas primam mais pela qualidade. Aqui não tenho o mesmo atendimento”, diz. Em contrapartida e demonstrando o momento oscilação em que João Pessoa se encontra, os turistas de Belo Horizonte, Karla Assunção e Hugo Pertence, que estão visitando a cidade asseguram que foram muito bem recebidos. “Até nos ônibus, os funcionários foram bastante prestativos”, afirma Hugo.