ECONOMIA
Brejo vive turismo de experiência
Nova modalidade oferece ao turista que visita a região a possibilidade de interagir com elementos da cultura local.
Publicado em 23/06/2012 às 6:00
Vivenciar o dia a dia da cidade, fazer parte da cultura e da gastronomia local. Os turistas que visitam a região do Brejo paraibano podem experimentar algumas sensações e roteiros que contemplam essa interatividade. O novo nicho do setor, o chamado turismo de experiência, estimula os empresários locais a inovar e incrementar os roteiros e passeios pela região. Esse novo mercado incrementa a economia local, gerando emprego e renda às populações dos municípios, aumenta a divulgação da cultura e tradição da região, além de oferecer novas oportunidades a quem visita a Paraíba.
“Iniciamos a estruturação do turismo de experiência pelo Brejo, nas cidades de Areia e Bananeiras. Vamos ainda estender as ações para João Pessoa e outros municípios do Litoral. Um dado importante é que a produção local, que gera negócios para a região, estará associada ao turismo”, destacou a gestora de Turismo do Sebrae Paraíba, Regina Amorim. O turismo de experiência recebe apoio do Ministério do Turismo e do Sebrae.
Nas cidades de Areia e Bananeiras, que ficam a cerca de 120 km de João Pessoa, micro e pequenos empresários já estão investindo nesse tipo de turismo. Segundo Regina Amorim, o Sebrae identificou em Areia 30 atividades criativas e em Bananeiras, 17. Essas atividades estão ligadas ao turismo e envolvem gastronomia, artesanato, hospedagem, música, dentre outros.
Em março deste ano, os consultores em turismo Míriam Rocha e José Carlos Almeida, da Associação de Culturas Gerais (MG), em parceria com o Sebrae Paraíba capacitaram empreendedores do Brejo para que eles implementem ações inovadoras em seus negócios. Segundo Míriam, a criação de estratégias, captação de recursos e melhoria no atendimento ao cliente são elementos fundamentais para fazer crescer o próprio negócio e fidelizar o turista. “Na economia criativa é fundamental valorizar o talento e a vocação local. É essa vivência que o turista irá querer experimentar”, explicou Míriam.
A doceira Esther Vilar, que produz mais de 70 tipos de doces, no engenho Laranjeiras, em Areia, vai propiciar ao turista a experiência de ver o produto sendo feito, sentir o cheiro e até mexer o tacho. Na Casa do Doce, que Esther está concluindo neste mês de junho, o visitante terá todas essas sensações, poderá comer o doce no local e ainda levá-lo para sua cidade.
Todas as receitas são de Esther e de sua família, feitas artesanalmente, no fogão a lenha. “Não uso conservantes, nem apresso o cozimento. Faço o doce como nossas avós faziam e por isso ele é tão gostoso”, disse a doceira.
A empresária Sueli Maia também iniciou o seu empreendimento a partir de um ofício que praticava desde os sete anos de idade, o artesanato. Há mais de vinte anos, no entanto, deixou sua vocação de lado e foi ser professora em João Pessoa. Mas ano passado, voltou a sua cidade natal, Areia, e recentemente inaugurou o “Café com Retalhos” e o “Ateliê da Salyla”.
Com o seu talento e as dicas dos consultores de Minas Gerais, Sueli oferece serviços e produtos diferenciados. Quem visita o ateliê pode sair de lá com o souvenir produzido por ele mesmo. A artesã, além de vender as mais de 80 peças diferentes que produz com retalhos, oferece uma oficina de artesanato aos turistas e ensina como faz sua arte.
O turista, além de vivenciar o trabalho artístico, pode degustar os cafés, bolos e doces produzidos a partir do livro de receitas da avó de Sueli. “Buscamos nossas raízes, aperfeiçoamos e oferecemos aos nossos clientes um produto diferenciado, apesar de ser simples”, disse a empreendedora.
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