ECONOMIA
Caixa Econômica suspende linha mais popular de financiamento imobiliário
Linha pró-cotista oferecia taxas de juros menores e financiamento de até 85% de imóvel.
Publicado em 23/02/2016 às 8:00
As famílias vão enfrentar mais uma restrição no crédito imobiliário para a casa própria. A linha pró-cotista do FGTS da Caixa Econômica Federal está suspensa por falta de recurso. Segundo o banco, não há previsão de retorno. Nesta modalidade era possível financiar até 85% do valor do imóvel, com taxas de juros mais atraentes que ficavam entre 7,85% e 8,85% ao ano e máximo de financiamento de 360 meses (30 anos). Com a interrupção, o valor da entrada para aquisição do imóvel pode ser até 3,5 vezes maior, passando de 15% para 50%, dependendo da linha de crédito e juros mais caros.
O presidente da Associação Nacional dos Mutuários e Moradores (ANMM), Décio Sturba, acredita que a suspensão da linha de crédito pode estar relacionada com as retiradas históricas da Caixa no ano passado. “O governo está quebrado e por isso não é interessante liberar recurso do FGTS. A corrupção pegou tanto dinheiro que até o Fundo de Garantia está sendo visado”. Para Décio, a melhor opção para as famílias que desejam realizar o sonho da casa própria é poupar e comprar um terreno à vista ou fazer um acordo de compra direto com o proprietário para evitar financiamentos e só depois construir. “Isso porque todas as taxas de juros que estão no mercado não são atrativas. Do jeito que está, nenhum sistema tem fim social”, desabafou Sturba.
A linha pró-cotista é destinada à concessão de financiamentos de imóveis residenciais em áreas urbanas, exclusivas para trabalhador titular de conta vinculada do FGTS para a aquisição de moradia própria.
Desde novembro do ano passado, a professora Lúcia Monteiro tentava encaminhar um financiamento da linha pró-cotista para a compra de um imóvel em João Pessoa no valor de R$ 220 mil, mas não obteve êxito. “Sempre me mandavam aguardar”, confessou. A ideia era financiar R$ 176 mil do valor total da residência, que seriam pagos em 30 anos com parcelas de R$ 1.500. Só com muita insistência na procura, foi que soube que a modalidade estava suspensa no banco. "Não tenho interesse em outra linha, pois os juros são mais caros, por isso vou aguardar", declarou.
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