ECONOMIA
Cinco municípios concentram 83% dos empregos formais da Paraíba
Saldo do emprego formal cresceu em 2010, mas se concentra na Grande JP e em CG. Sem carteira assinada, trabalhadores do interior sofrem sem benefícios como FGTS.
Publicado em 13/10/2010 às 8:25
Jean Gregório
Do Jornal da Paraíba
O saldo do emprego formal na Paraíba cresceu em 2010, mas também ficou mais concentrado na Grande João Pessoa e em Campina Grande. Dados do Caged Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelam que 83,3% dos 12,1 mil postos gerados nos oito primeiros meses deste ano se restringiram a cinco municípios: João Pessoa, Cabedelo, Bayeux, Santa Rita e Campina Grande que somam 10,1 mil vagas. Em 2009, nesse mesmo período, a taxa era de 73,12% nesses municípios, o que representa uma elevação de 10,1 pontos percentuais, quando comparado ao ano passado.
Para se ter uma ideia do grau de concentração do emprego formal no Estado, o PIB (Produto Interno Bruto) da Grande João Pessoa e Campina Grande ficou em 57,9%, segundo o IBGE, enquanto a população representa 38% do Estado. Na prática, a taxa de emprego chega a ser 25,4 pontos percentuais acima do próprio PIB dos cinco municípios, considerada já bastante alta pelos economistas. Somente João Pessoa (5,9 mil) e Campina Grande (3,8 mil) são reponsáveis por mais de 80% dos postos criados este ano.
A centralidade de emprego com carteira assinada na região litorânea e em Campina Grande do Estado deixa ainda um vasto número de municípios do interior esvaziado de trabalho que garante direitos sociais básicos como aposentadoria, FGTS, salário-maternidade e auxílio-doença.
Cidades polos como Patos, com mais de 100 mil habitantes e 6º maior PIB do Estado, gerou em oito meses um saldo de apenas 149 empregos formais. Essa tendência de baixo saldo é seguida também por outros municípios pólos como Sousa (341), Guarabira (177) e Pombal (31 postos), enquanto a cidade Cajazeiras, no melhor ano do emprego formal da Paraíba e sétimo maior PIB, amargava no acumulado deste ano um saldo negativo (-4). Na prática, de cada 10 empregos novos gerados na Paraíba.
O gerente do Departamento de Informações para o Planejamento do Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual (Ideme), Geraldo Lopes, explicou que a concentração na região litorânea é um fenômeno nacional, porém, este ano a forte estiagem piorou o quadro dos empregos nas demais regiões do Estado com a queda da atividade agropecuária, elevando a concentração nos entornos das duas maiores cidades do Estado (João Pessoa e Campina Grande) em setores tradicionais como serviços, comércio, indústria e, particularmente, a construção civil.
Contudo, Geraldo Lopes afirma que para quebrar com a alta taxa de concentração dos empregos formais na Grande João Pessoa e em Campina será necessário aumentar os investimentos no interior do Estado.
Índice de efetivação ainda é pequena em Campina
Se é difícil conquistar uma vaga no mercado temporário, mais complicado ainda é tornar um empregado efetivo, em Campina Grande. Os dados disponibilizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, revelam que o índice de efetivações ainda é pequeno. Em 2009, por exemplo, dos 2.766 trabalhadores contratados pelos setores de comércio e serviços nos meses de outubro, novembro e dezembro, 2.108 foram desligados do trabalho após o fim dos contratos; o que representa um índice de apenas 23% de efetivação.
Leia a reportagem completa no Jornal da Paraíba desta quarta-feira (13)
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