ECONOMIA
Classe B mais forte desafia varejo
Estudo do IPC Maps, que pesquisa gastos nos domicílios brasileiros, mostra que 'Classe B' será responsável por 38,6% dos gastos na PB.
Publicado em 15/05/2012 às 6:30
Com um potencial de consumo de R$ 12,279 bilhões neste ano, a classe econômica B deverá ser a bola da vez para o crescimento das vendas do varejo paraibano. Neste ano, diferente do que aconteceu nos últimos quatro anos (quando o maior potencial de consumo do Estado estava com a classe C), é a B que deverá concentrar o maior volume de gastos na Paraíba, conforme o novo estudo IPC Maps, que mapeia os gastos dos domicílios do país.
Para aproveitar melhor esta nova “onda” de consumo da classe B, que deverá ser responsável por 38,6% do total de gastos do Estado, o consultor de varejo Jairo Pontes alerta que é preciso que os empresários paraibanos estejam preparados. “Antes de tudo é preciso ter o foco de qual o seu público-alvo, pois não será possível uma mesma empresa conseguir atender bem a todas as classes sociais. O que as classes A e B buscam é diferente daquilo que as classes C e D, por exemplo, estão procurando”, comentou.
Conforme Pontes, as classes A e B exigem produtos mais sofisticados e um atendimento diferenciado. “As classes mais abastadas não buscam apenas comprar, eles querem uma experiência agradável da compra, ou seja, é preciso que o ambiente da loja também encante e seja agradável. Além disto, o atendimento também precisa ser diferenciado e os vendedores precisam mostrar mais conhecimento sobre os produtos porque este público geralmente é mais esclarecido”, acrescentou.
Por fatores históricos, o presidente da Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL-PB), José Artur de Almeida, comenta que acredita que o varejo paraibano já está preparado para atender às novas demandas trazidas pela mudança do perfil de consumo do Estado. “Em um passado não muito distante, as famílias da Classe B eram os principais consumidores da Paraíba. Isto começou a mudar depois da estabilidade econômica, quando as classes mais populares passaram a ter mais acesso ao consumo. O que o varejista paraibano precisa ter em mente é que este público é mais criterioso e mais exigente para o consumo”, comentou.
Além destes aspectos, o coordenador do estudo IPC Maps, que revelou a predominância de consumo da Classe B na Paraíba, ressalta que os consumidores que integram a Classe B também ainda estão preocupados com o preço dos produtos e serviços.
“O aumento de importância da classe B no consumo é um fato nacional e é decorrente da segunda onda de migração social, ou seja, deslocamento de domicílios da classe C para a classe B.
Obviamente esta população da classe B, incluindo os novos consumidores, têm um comportamento de consumo que tende a valorizar mais a qualidade e algumas outras características dos produtos e serviços, mas ainda estão muito focadas no aspecto preço, que tem perda de importância no momento da compra, mas ainda é avaliado e comparado com outras necessidades de consumo desta população”, analisou.
Entre os setores que deverão ter destaque no consumo da Classe B no Estado, estão os gastos com material de construção (somando R$ 736,166 milhões), veículo próprio (somando R$ 709 milhões), alimentação fora do domicílio (R$ 451,6 milhões), vestuário (somando R$ 440,3 milhões) e a educação privada, com os pagamentos de matrículas e mensalidades (somando R$ 296 milhões). Entretanto, liderando a lista de consumo estão as mesmas categorias que têm destaque em todas as outras classes econômicas: manutenção do lar (pagamento de contas de energia, água e telefone, por exemplo) e alimentação no domicílio e outras despesas, que inclui pagamentos de carnês e contratação de profissionais liberais, por exemplo.
Em João Pessoa e em Campina Grande, a predominância do consumo na Classe B é ainda mais relevante. Conforme o estudo IPC Maps, na capital, os gastos da Classe B chegarão a 45,1% do total dos gastos das famílias neste ano (R$ 12,113 bilhões) e em Campina Grande este índice representará 41,3% do total que deverá ser consumido neste ano (R$ 4,592 bilhões).
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