ECONOMIA
Classe média da Paraíba cresce acima da Região
Expansão de 21 pontos percentuais empatou com os estados da Bahia, do Ceará e a do Piauí; ficando atrás apenas do Pernambuco.
Publicado em 14/11/2012 às 6:00
A Paraíba elevou de 23% para 44% a proporção de pessoas pertencentes à nova classe média, nos últimos 10 anos (de 2002 até 2012). A expansão de 21 pontos percentuais empatou com os estados da Bahia, do Ceará e a do Piauí no período.
Regionalmente, o Estado ficou atrás apenas de Pernambuco (22 p.p.). No entanto, o crescimento da classe média paraibana foi superior ao do Nordeste, que saiu de 22% para 42% (20 p.p.), e ao do país, de 38% para 52% (14 p.p.).
Os dados fazem parte de um estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) divulgado ontem e consideram a classe média como sendo a parcela da população que possui renda familiar per capita entre R$ 291,00 e R$ 1.019,00. Nos últimos dez anos, o Estado diminuiu de 72% para 45% a parcela pertencente à classe baixa (renda familiar per capita inferior a R$ 291,00 ao mês) e aumentou de 6% para 11% aqueles da classe alta (acima de R$ 1.019,00).
Para a professora de economia da UFPB e pesquisadora Rosângela Palhano, identificar a elevação da renda do paraibano é sempre positivo, no entanto, o crescimento da renda não representa, necessariamente, melhoria na qualidade de vida. “Os valores são muito baixos para nossa realidade, acredito que classificar uma pessoa como sendo classe média com uma renda per capita de R$ 291,00 não é adequado. A renda é subjetiva. Na verdade, o uso dessa renda é mais importante”, comentou.
Em contraponto aos percentuais apresentados anteriormente, o Estado contribuiu pouco para a expansão desta 'classe média' no país, com a participação de apenas 2,7%. No Nordeste, a contribuição de 8% para ascensão social da região ficou bem abaixo daquela contabilizada para a Bahia (27%), para o Ceará (18%) e para Pernambuco (17%). De acordo com a pesquisa, hoje, 28% da população brasileira pertence à classe baixa; 52% à classe média e 20% à classe alta.
As estimativas do estudo da SAE, que tornou-se o segundo volume da série Vozes da Classe Média, tiveram como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e afirmaram que, no Brasil, cerca de 36 milhões de brasileiros saíram das classes baixas e entraram na classe média nos últimos dez anos.
No Brasil
A classe média brasileira, segundo critérios oficiais, deverá movimentar R$ 665 bilhões até o fim do ano, segundo projeções do Data Popular com base em dados da última Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio (Pnad 2011) e em informações do último mês de outubro. A classe média, que hoje reúne 52% da população e abrange mais de 100 milhões de brasileiros, deverá consumir até o fim do ano cerca de 11,3 milhões de notebooks e 6,8 milhões de tablets. A expectativa do DataPopular é que 2013 seja o último ano em que a venda de tablets será menor que a de notebooks.
A renda que será movimentada é superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de países como Noruega, Chile e Suíça. Se fosse um país, a classe média estaria em 18º lugar no consumo mundial, com uma média de movimentação de R$ 1,03 trilhão ao ano.
Com relação a bens duráveis domésticos, a perspectiva é que a classe média responda por 4,8 milhões das vendas de sofás; 4,9 milhões das vendas de fogões; 4,6 milhões das geladeiras; e 4,3 milhões das máquinas de lavar.
Apesar do alto nível de consumo de bens essenciais, a classe média também está preocupada com o lazer. Até o fim de 2012, esse segmento pretende fazer 14,2 milhões de viagens nacionais e 4,2 milhões de viagens internacionais.
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