ECONOMIA
Com crise econômica, pontos comerciais fechados na PB crescem 18%
Índice de desocupação de prédios registra forte elevação na capital, Campina Grande e Patos.
Publicado em 11/03/2016 às 10:00
O cenário recessivo da economia não apenas tem inibido novos investimentos, mas vem afetando de forma mais intensa o mercado de imóveis alugados com o fechamento de lojas e de filiais de rede do varejo instaladas na Paraíba. O índice de desocupação de imóveis comerciais aumentou 18% nos dois primeiros meses deste ano, conforme uma estimativa do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da Paraíba (Creci-PB). O índice toma por base as cidades de João Pessoa, Campina Grande e Patos.
Somente no ano passado, a retração da atividade comercial ocasionou o fechamento de 294 lojas na Paraíba, segundo estudo da Confederação Nacional do Comércio. O problema continua neste ano, atingindo desde os pequenos até as grandes redes como Esplanada, Insinuante e Eletroshopping, que fecharam as portas de unidades nas últimas semanas, em João Pessoa. Segundo o presidente do Creci-PB, Rômulo Soares, o fechamento dos imóveis está ocorrendo por inviabilidade econômica. “Os preços dos aluguéis estavam muito altos, somado à queda nas vendas afeta os negócios. Para evitar que a situação se agrave, é preciso haver uma adequação ao mercado. Foram feitos muitos investimentos em 2015, mas a oferta ficou maior do que a demanda”.
Rômulo diz que o problema tem afetado diversas áreas da cidade, como Centro e os principais corredores da capital (Epitácio Pessoa, Edson Ramalho, Beira Rio, Josefa Taveira), e as principais do Geisel e do Valentina. “Alguns grandes magazines estão fechando, mas não é uma questão de falência. Elas fecham porque aquela praça não estava mais lucrativa, é uma questão de adequação comercial”.
O gerente da Agência Regional do Sebrae, Edilson Azevedo, diz que os setores mais afetados pela crise são os de vestuário, materiais de construção e eletroeletrônicos. Para ele, o empresário tem que avaliar se ainda vale a pena continuar na atividade ou migrar para outro segmento. “Há muitas pessoas que iniciam uma atividade sem conhecimento do ramo. O empresário tem de se preparar mais, controlar despesas e receitas, para avaliar o que fazer".
CAPITAL DE GIRO
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de João Pessoa (CDL-JP), Eronaldo Maia, destaca a falta de capital de giro como forte agravante. “Os empresários não estão preparados. A crise tem atingido tanto o comércio de rua, como os shopping centers. Há o fechamento de grandes lojas e o de pequenas, mas nestas, muitos negócios são abertos por aventureiros. Para superar a crise, é preciso investir em marketing e mudar a forma de vender o produto”, aconselhou.
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