ECONOMIA
Comércio no país em fevereiro tem retração de 3%
Queda é a maior desde 2003. Fatores como perda do poder de compra, alta dos combustíveis e crédito contribuíram para a queda.
Publicado em 15/04/2015 às 6:00 | Atualizado em 15/02/2024 às 12:54
A alta no preço dos combustíveis e a desaceleração do crédito, somadas à queda na renda, derrubaram o volume de vendas no varejo em 3,1% em fevereiro, na comparação com o do mesmo mês em 2014, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com base na sua Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada ontem.
É o pior resultado na comparação com o do mesmo mês do ano anterior desde agosto de 2003, quando havia sido registrado tombo de 5,7%.
Houve também o impacto do número de dias úteis, devido ao Carnaval, uma vez que, em 2014, ocorreu em março.
"É mais um fator que vem complementar os fatores da conjuntura econômica", disse Juliana Paiva, gerente de serviços e comércio do IBGE.
COMBUSTÍVEIS
Em fevereiro em relação a janeiro, houve queda nas vendas em sete das dez atividades. O desempenho mais fraco foi do segmento de combustíveis, com vendas 5,3% menores.
Em fevereiro, o governo voltou a cobrar a Cide (imposto) nos combustíveis e aumentou a alíquota de PIS/Cofins. Gasolina e diesel também foram reajustados pela Petrobras em novembro.
Ainda de acordo com o IBGE, a alta no preço dos combustíveis em 12 meses foi de 10,2%. Isso explica a queda de 10,4% nas vendas de combustíveis em fevereiro, na comparação com fevereiro do ano passado.
RENDA E CRÉDITO
Nos doze meses terminados em fevereiro, a massa de renda do trabalhador caiu 1,5%. Nos doze meses anteriores, entre 2013 e 2014, a alta havia sido de 4,5%.
Já a oferta de crédito, que crescia 7,4% em fevereiro do ano passado, desacelerou para 5%.
Ainda nessa comparação de mês contra igual mês do ano anterior, o setor de veículos viu queda de 23,7%. É o pior resultado desde junho de 2002, quando a queda havia sido de 24,6%.
Na comparação com janeiro deste ano, a queda em fevereiro foi de 0,1%.
O crescimento de janeiro foi revisto do IBGE para baixo. Havia sido divulgado, no mês passado, alta de 0,8%, mas o resultado final é de 0,3%.
No acumulado de 12 meses, no entanto, a alta foi de 0,9%.
DESCONTAR INFLAÇÃO
Houve um aumento de 0,7% na receita nominal (sem descontar a inflação) comparada com a de janeiro. Trata-se do segundo mês consecutivo de crescimento.
Na comparação com fevereiro de 2014, o aumento da receita foi de 3,6%. Quando considerado o acumulado de 12 meses, a receita teve alta de 7,2%.
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