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ECONOMIA

Construção civil fatura R$ 1,9 bilhão em João Pessoa em 2015

Segmento residencial caiu e comercial subiu. Dados são do Sinduscon-JP e do tecnólogo de negócios imobiliários Fábio Henriques.

Publicado em 13/03/2016 às 8:00

O faturamento do setor da construção civil cresceu 5,36%, atingindo o valor de R$ 1,928 bilhão, em 2015, mas o volume de vendas caiu 1,56%, conforme dados do Sinduscon-JP consolidados pelo tecnólogo de negócios imobiliários Fábio Henriques.

O segmento residencial teve queda de 2,41% na receita, passando de R$ 1,830 bilhão, em 2014, para R$ 1,786 bilhão, em 2015. Por outro lado, o segmento comercial apresentou um salto de 201,74%, subindo de R$ 47,15 milhões para R$ 142,28 milhões. Considerando o número de unidades, as vendas residenciais caíram 5,09%, mas as comerciais subiram 186%. Foram vendidas 5.019 unidades residenciais e 335 comerciais, somando 5.354.

Fábio Henriques afirma que houve uma redução dos financiamentos do segmento Minha Casa, Minha Vida, devido à retração do crédito, em 2015, o que atrapalhou as vendas. Além disso, ele cita que em dezembro de 2014 o Sinduscon-JP registrou um recorde de vendas. “Quando se começou a falar de crise, após as eleições, as pessoas anteciparam as compras de imóveis que, provavelmente, seriam vendidos em janeiro de 2015”.

Apesar de as vendas terem tido uma redução de apenas 1,56%, a taxa de velocidade de realização dos negócios vem declinando a cada ano, passando de 7,48%, em 2013, para 6,21%, em 2014 e 5,81%, em 2015. O índice é obtido pela quantidade de vendas em relação às unidades que estão à venda.

Os resultados de 2015 refletem uma tendência de 2014. As construtoras lançaram empreendimentos que somaram 5.247 unidades, com alta de 6,89% sobre o ano anterior. Mas o estoque no final de 2015 estava 16% maior que em 2014, somando 7.564 unidades (residenciais e comerciais). Fábio Henriques diz que estão na lista os imóveis que sobraram de 2014 e os que não foram vendidos em 2015.

Mesmo com lançamentos, 2016 é incerto

Fábio Henriques explica que o grande 'boom' do mercado imobiliário ocorreu em 2013, com o lançamento de duas torres gêmeas, na BR-230, para atender às empresas que estavam se instalando na Paraíba em decorrência da cadeia automotiva na divisa com Pernambuco.

O tecnólogo diz que, para este ano, estão previstos 16 lançamentos para o segmento comercial, contudo o mercado ainda está receoso sobre a situação de retração econômica. “Muita gente investiu nos imóveis comerciais. Alguns para abrir negócios, outros para revender e outros para alugar. Mas as dificuldades econômicas podem dar algum freio. Entretanto, alguns dos lançamentos já têm um bom índice de reservas”.

Irenaldo Quintans avalia que o setor pode sentir um impacto negativo do contexto econômico. “Os grandes empreendimentos comerciais no entorno da Avenida Epitácio Pessoa, por exemplo, estão atendendo a uma demanda de alguns anos atrás, mas a situação de 2016 está incerta”.

Residenciais retomam vendas

Apesar do crescimento do mercado comercial, é o segmento residencial que deve sustentar o setor em 2016, conforme o presidente do Sinduscon-JP, João Barbosa, e o vice-presidente da CBIC, Irenaldo Quintans. Assim como foi em 2015, a liderança das vendas deve estar nos bairros da zona sul, com destaque para Bancários, Valentina e Geisel.

“As vendas para a zona norte também devem ser satisfatórias, mas com uma diferença. Os imóveis estão menores, mais compactos. Temos imóveis de dois quartos nas áreas mais valorizadas da cidade. A população perdeu renda, então o mercado está se adequando a isto. Mas os consumidores não vão perder em conforto porque a arquitetura encontra soluções para esta questão”, comenta Irenaldo Quintans.

O tecnólogo Fábio Henriques afirma que o mercado residencial ainda estará aquecido neste ano, mesmo com a retração econômica. “Todos os dias as pessoas nascem, casam ou separam e precisam morar em algum lugar”.

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Jornal da Paraíba

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