ECONOMIA
Crianças viram nicho de mercado promissor em JP
Mercado infantil em João Pessoa está em plena expansão e as vendas se mantêm fortes nos 12 meses do ano.
Publicado em 29/09/2013 às 8:00
Eles são pequenos no tamanho, mas consomem mais do que muita gente grande. O mercado infantil em João Pessoa está em plena expansão e as vendas para uma população de mais de 100 mil habitantes deixaram de ser sazonais como Dia das Crianças ou Natal, mas se mantêm forte nos 12 meses do ano. Não é à toa que o número de serviços como casas de festas quadruplicaram na última década e para os meses de pico como outubro, alguns segmentos do comércio já aumentaram 50% do estoque.
Há segmentos na capital com crescimento anual de até 40% nas vendas. Focadas neste público, multinacionais também direcionam suas estratégias de marketing para fidelizar este público cada vez mais cedo.
Por ano, lojas de roupas e calçados, casas de festa e outras empresas dedicadas às crianças movimentam cerca de R$ 50 bilhões no Brasil. Em João Pessoa, nas vendas do varejo, seja no setor de vestuário, calçado, acessórios ou brinquedos, os empresários são unânimes em dizer que o consumo deste nicho de zero a 12 anos, que representa 15% da população pessoense, é permanente e a procura cresce de 15% a 25% a cada ano.
Mas para suprir a necessidade dos pequenos consumidores, os empresários precisam ter muita capacitação, criatividade e inovação. “Trabalhamos com o público masculino e nossos clientes são da classe A e há procura o ano todo, até pela exclusividade de nossas peças. Agora sentimos uma carência de lojas para atender a demanda existente. Investimos também na qualidade do atendimento e trazemos novidade toda semana”, revelou a gerente da loja Valettinho, Juliana Oliveira. A grife infantil oferece roupas e acessórios para os meninos, desde meias e cintos, até terninhos.
A gerente da loja Lilica e Togor, Ana Tereza Neves Batista, disse que, apesar das demanda se manter de janeiro a dezembro, há épocas, como as férias, em que a saída de produtos aumenta consideravelmente. “Em julho, por exemplo, nossas vendas dobraram em relação ao ano passado. Cerca de 3 mil peças saíram da loja. Este é um mercado muito bom e o pessoal que nos procura é de todas as camadas sociais. O curioso é que em 80% das vendas, a própria criança é quem decide a compra. Isso ocorre a partir dos três anos de idade”, relatou Ana.
O gerente da Thiago Calçados do Manaíra Shopping, Nilton Cavalcante, contou que a cada ano, a demanda deste nicho cresce pelo menos 10%. Segundo ele, este cliente é exigente e tem voz ativa na hora da escolha do calçado. “A criança leva o que quer, não adianta. Nos últimos cinco anos este mercado cresceu pelo menos 20% e nosso ticket médio é de 200”, contou Nilton, acrescentando que tem comprador de todo poder aquisitivo.
No setor de acessórios, como brincos e pulseiras, os lojistas também não têm o que reclamar. A gerente da loja Rommanel, Pâmela da Silva Costa, afirmou que este é um bom mercado para o setor de semi joias. “Como trabalhamos com peças que não dão alergia, somos bastante procurados. Para o Dia das Crianças trabalhamos produtos exclusivos para a data”.
Nos estabelecimentos comerciais que oferecem enxovais completos, da roupinha do bebê até os móveis, as vendas também não ficam a desejar. “O mercado infantil está crescendo muito em João Pessoa e com isso veio a concorrência para os empresários. Há 16 anos tínhamos basicamente três lojas no centro de João Pessoa voltadas para este público e agora já são dezenas”, afirmou a gerente da San Remo Baby, situada no centro da capital paraibana, Adeilda Medeiros.
Segundo ela, o mercado também tem muita novidade para atender esta clientela. “Hoje em dia já tem banheira dobrável, cadeira de alimentação portátil que vira uma bolsa e as pessoas nesta área procuram aliar qualidade, durabilidade e variedade. Procuramos as novidades do mercado e percebemos que a cada ano as vendas aumentam cerca de 15%”, afirmou Adeilda Medeiros.
A gerente da loja Gente Inocente, de Mangabeira, Liliane Vieira, afirmou que existem cinco lojas na capital. A cada ano, a demanda aumenta até 40%. “Este é um mercado promissor. Temos tudo para criança, do recém-nascido até 12 anos. O público alvo vai das classes A a C. Com exceção dos móveis, a média de gastos com enxoval varia de R$ 600,00 a R$ 800,00”.
FIDELIZAÇÃO PRECOCE
De acordo com a administradora Luciana Rabay, da Brazilliant Consultoria, o mercado infantil está crescendo no mundo todo devido a alguns estímulos externos como televisão a cabo, que passam informações que cativam e fidelizam a criança. “Para algumas marcas a fidelização do público infantil é uma forma de ter uma cliente para sempre. Algumas empresas mundiais oferecem lanches para crianças com brinquedos, que às vezes custam mais do que o próprio alimento. E dessa forma cria um hábito na criança de querer ir àquela lanchonete. Esse hábito a criança leva para a vida adulta. Essa é uma outra razão para o aparecimento de produtos e serviços para o público infantil”, explicou a consultora.
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