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ECONOMIA

Criativos, mas mal remunerados

Apesar de gerar 2,7% da riqueza do país, profissionais da indústria criativa, sobretudo no nordeste, ainda detêm salários baixos.

Publicado em 10/11/2013 às 12:00 | Atualizado em 27/04/2023 às 13:18


Designers, arquitetos, músicos, artesãos, publicitários e jornalistas, entre outros profissionais que trabalham com criatividade e inovação, estão inseridos no grupo de trabalhadores da indústria criativa. Apesar de contribuir com 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo dados do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio), os profissionais deste setor econômico ainda são fortemente desvalorizados no Brasil, sobretudo na região Nordeste, onde encontram-se categorias com médias salariais que beiram o salário mínimo (R$ 678,00).

Com a terceira pior resultado do país, os profissionais da economia criativa na Paraíba ganham em média R$ 3.010,00 por mês, à frente apenas do Mato Grosso (R$ 2.952,00) e Ceará (R$ 2.838,00), segundo dados do Sistema Firjan. Analisando cada categoria isolada, o valor é ainda mais alarmante. A remuneração mais baixa é a dos músicos, que no Estado ganham em média R$ 737/mês. O grupo de profissionais que mais fatura, segundo pesquisa, são os arquitetos, com remuneração mensal de aproximadamente R$ 6.405,00, valor contestado pelo Sindicato dos Arquitetos da Paraíba

(Sindarq-PB). “Essa média está equivocada e não condiz com a realidade do que ganha a maior parte dos arquitetos na Paraíba.

O arquiteto aqui no Estado ganha pouco, há um desrespeito com a questão salarial do profissional. A lei 4950/66 diz que o arquiteto que trabalha 8 horas deve ganhar 8,5 salários mínimos e aqueles que trabalham 6 horas devem ganhar 6 salários mínimos. Apesar da lei, são poucos os arquitetos que recebem esse valor”, disse Fábio Queiroz, presidente do Sindarq-PB.

De acordo com o representante da categoria, no setor público esse salário é ainda menor. “Tirando aqueles que são concursados, o salário nos setores públicos são baixíssimos. O arquiteto que trabalha na Prefeitura de João Pessoa ganha em média R$ 1.200,00. Neste caso é ainda pior porque, como se trata de um órgão público, não podemos intervir como sindicato”, explicou Fábio Queiroz.

Coordenador do Projeto de Extensão (Proext) Paraíba Criativa, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o jornalista e doutor em Cultura e Sociedade André Piva defende que os setores públicos e privados precisam solidificar a economia criativa paraibana.

“Falta muito incentivo. O governo Lula aumentou os investimentos em cultura, com mais editais e ações concretas na área da economia criativa, mas precisamos de muito mais. Seja no âmbito nacional como regional. Aqui temos editais da Funjope e do Ministério da Cultura, que são importantes, mas ainda assim é difícil atender as demandas da produção paraibana, que é tão rica em cultura, mas que carece de maiores investimentos”, avalia.

PROGRAMA FEDERAL É RESTRITO, DIZ PROFESSOR PIVA

Além dos incentivos financeiros para projeto de produção cultural, é necessário apostar em novos modelos educativos que valorizem os estudos culturais. Neste aspecto, o professor André Piva considera programas federais de bolsas de estudos no exterior, como o Ciência Sem Fronteiras, um investimento mal planejado e problemático ao desenvolvimento da economia criativa, tendo em vista que a prioridade das bolsas é para cursos tecnológicos e das Ciências Exatas.

“É algo que nos preocupa. A cultura pode gerar tanto emprego e renda como a tecnologia. É óbvio que precisamos investir em tecnologia, já que somos um país tecnologicamente atrasado, mas o desenvolvimento socio-humanístico é tão importante quanto, pois ele auxilia ao campo tecnológico. Exemplo disso pode ser visto nos Estados Unidos. Basta ver os bilhões de dólares que eles lucram com cinema, televisão, jornais e revistas”, disse André Piva.

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Jornal da Paraíba

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