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ECONOMIA

Custo médio de aluno pode chegar a R$ 17 mil

Despesa anual com educação na capital pode ultrapassar 23 salários mínimos.

Publicado em 26/01/2014 às 9:00 | Atualizado em 10/01/2024 às 16:13


O custo médio de um aluno na rede de ensino privada da Paraíba pode sair mais caro do que muitos pais planejam no início do ano letivo, quando se incluem apenas despesas com mensalidades, livros, fardamento e transporte. Nesta conta entram ainda os gastos significativos com lanches, taxas para atividades extracurriculares, cursos de idiomas, contribuição para datas comemorativas, passeios e até presentes para aniversários de amigos do colégio. O resultado pode assustar os pais menos experientes. Em uma série do 3º ano do ensino médio, as despesas com educação por ano de um aluno pode passar de R$ 17 mil em João Pessoa, ou 23,5 salários mínimos com novo valor (R$ 724).

Já o custo médio anual do 5º ano do ensino fundamental pode ser superior a R$ 13 mil, enquanto de educação infantil cai para R$ 8 mil. Os números foram contabilizados em um levantamento realizado pelo JORNAL DA PARAÍBA em instituições de ensino privado da capital paraibana, por meio de depoimentos de algumas famílias e gerentes de livrarias.

No 3º ano do ensino médio, o que mais pesa no somatório de despesas são as mensalidades, matrícula e o curso de idiomas. Juntas elas contabilizam mais de R$ 12 mil. A situação se repete no 5º ano do ensino fundamental, em que estes itens acumulados passam dos R$ 10 mil.

Já na Educação Infantil, o transporte escolar mais as mensalidades e matrículas são os que mais encarecem o orçamento no ano. Juntas elas chegam a cerca de R$ 6,5 mil. Os dados foram pesquisados em escolas de referência, em bairros de classe média e média alta de João Pessoa. (Veja o gráfico ao lado).

O impacto no orçamento da educação pesa cada vez mais no bolso dos pais. Para a funcionária pública Cibele Barbosa de Mattos, que matriculou o filho Kennedy Pascoal, no 5º ano do ensino fundamental, os gastos com a aprendizagem representam 70% do salário dela. O menino, de 8 anos, estuda em uma escola particular de classe média da capital.

A previsão de todo o seu gasto com o filho, ao longo de 2014, não será menos de R$ 8.300. Somente com a lista de material, livros e farda a conta chega a mais de R$ 2.700. “Faço o que acho melhor para o meu filho, porque educação de qualidade não é questão de luxo e sim de sobrevivência. Como a escola pública infelizmente não dá este suporte, me esforço para pagar os estudos dele em um colégio particular. Mas isso não é fácil, porque sou mãe solteira e sustento o nosso lar com o meu trabalho”, desabafou.

Somando a isso os gastos que vão surgindo ao longo do ano letivo, como lanche, atividades extras do colégio, taxas para os dias festivos do ano e lembrancinhas para os aniversários dos colegas o resultado é R$ 3.260. E para quitar toda esta “engenharia matemática”, Cibele Mattos controla tudo na ponta do lápis, vende parte das férias e até já chegou a pedir crédito no mercado para pagar as contas. “O custo da educação no Brasil é muito alto e chega no meio do ano e ainda vêm despesas extras na escola. O nosso salário não acompanha o mesmo ritmo dos gastos”, desabafou.

A dona de casa Gilvania Henrique da Silva, que também tem um filho no 5º ano do ensino fundamental, projeta gastos com a educação até dezembro de R$ 5.700, mas ela não incluiu todos os gastos de inúmeros itens que entram nas despesas de educação com o filho relatados no quadro, que ficam muitas invisíveis no orçamento, mas que pesam ao longo do ano.
“Não é nada fácil bancar as despesas com os estudos dele, porque tudo é muito caro”, contou. O filho estuda em um colégio de médio porte na capital.

DEDUÇÃO NO IR AINDA É LIMITADA

A educação no Brasil não recebe o incentivo devido nem mesmo na Declaração Anual do Imposto de Renda Pessoa Física. Na hora de prestar contas ao Leão, as despesas com a educação estão limitadas a pouco mais de R$ 3 mil por contribuinte ou dependente. A regra é criticada não apenas pelos pais, mas também pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Paraíba, Odon Bezerra, que luta para mudar as regras.

No ano passado, Odon Bezerra entrou com uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar os limites de dedução referentes aos gastos com educação no Imposto de Renda. A Ordem contesta os limites do abatimento do imposto a serem pagos nos anos de 2013 a 2015 no setor.

“A educação é a mola propulsora de qualquer país e a carga tributária no Brasil é muito alta. Esses impostos deveriam ser mínimos. O governo deveria pelo menos expandir este limite de dedução na educação no Imposto de Renda”, afirmou.

Odon Bezerra afirmou que os valores no ensino se inverteram no país. Segundo ele, há 15 anos o ensino público era o que existia de melhor na formação dos estudantes. “Agora tudo está ao contrário”, destacou.

A funcionária pública Cibele Mattos também criticou as regras para a educação na hora de declarar o imposto. “Acho uma pena limitar as deduções com educação no Imposto de Renda. Todo mês não é descontado no meu salário este imposto e em tudo que pago também não há tributo embutido? Porque limitar na hora da dedução?”, questionou.

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Jornal da Paraíba

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