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ECONOMIA

Discriminação racial: mulheres negras sentem maior impacto nas diferenças de gênero no mercado de trabalho

Conforme pesquisa da Avon Global, 71% das mulheres negras brasileiras consideram mais difícil para elas terem um aumento.

Publicado em 21/03/2023 às 12:28 | Atualizado em 21/03/2023 às 12:49


                                        
                                            Discriminação racial: mulheres negras sentem maior impacto nas diferenças de gênero no mercado de trabalho

Dentro do Mês da Mulher, também é celebrado em março, nesta terça-feira (21), o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. A data é de reflexão e deve ser voltada a pensar políticas públicas e privadas que viabilizem a ascenção de pessoas negras - cujos desafios no Brasil ainda são grandes e para as mulheres negras, são especialmente maiores.

Conforme levantamento de 2022 do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mulheres negras possuem um rendimento médio 46,3% menor que um homem branco. Esta diferença é um dos sintomas de muitas dificuldades que elas enfretam no mercado de trabalho.

Uma pesquisa realizada pela Avon Global sobre Equidade de Gênero em fevereiro deste ano -- em oito países, incluindo o Brasil -- revela que ainda estamos longe de um ideal de sociedade menos desigual para população feminina, especialmente em relação a oportunidades no mercado de trabalho e no empreendedorismo para mulheres negras.

De acordo com o estudo, 46% das brasileiras acreditam que é mais desafiador para elas construírem uma carreira em comparação aos homens, enquanto 49% percebem mais obstáculos para começarem um negócio. Se forem negras, esses números sobem para 58% e 61%, respectivamente.

Também é mais díficil no mercado de trabalho para as mulheres negras, conforme a pesquisa:

  • Conseguirem um emprego (54%);
  • Alcançarem uma posição de liderança em uma companhia (68%);
  • Serem promovidas (66%);
  • Obterem um aumento (71%);
  • Alcançarem a independência financeira (50%);
  • Terem mais flexibilidade no trabalho (51%).

Além disso, acreditam que a desigualdade de gênero está mais presente, principalmente, na disparidade salarial entre homens e mulheres (64%) e em oportunidades de trabalho que permitem conciliar profissão, maternidade e responsabilidades domésticas (59%).

Cerca de 87% das entrevistadas negras também gostariam de ter uma renda maior, seja através do atual trabalho ou de um negócio próprio, e 84% desejam mais flexibilidade no emprego. Entretanto, encontraram barreiras como falta de capital inicial (57%), medo de falhar (36%) e falta de conhecimento sobre o mercado (36%).

Para o levantamento, intitulado The Global Progress for Women Report, foram entrevistadas mais de 7 mil mulheres de oito países -- Reino Unido, Polônia, Romênia, Itália, África do Sul, Turquia, Filipinas e Brasil (este último contou com a parceria da Red Consultancy para aplicar o questionário).

No território brasileiro foram ouvidas 1.026 mulheres em todas as regiões do país e o resultado contempla critérios como estado, escolaridade, renda, faixa-etária, étnico-racial e condições de emprego.

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Redação Jornal da Paraíba

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