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ECONOMIA

Emprego em setembro é o melhor em 10 anos

O saldo de 6.618 postos de trabalhos em setembro foi o melhor para o mês dos últimos 10 anos na Paraíba.

Publicado em 17/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 18/04/2023 às 17:18

O setor sucroalcooleiro elevou o número de empregos gerados no último mês na Paraíba. O saldo de 6.618 postos de trabalhos em setembro foi o melhor para o mês dos últimos 10 anos. A indústria de transformação (3.853) e a agropecuária (1.547) puxaram o crescimento com postos de atividades voltadas para a fabricação de etanol e açúcar, indústria alimentícia e colheita de cana-de-açúcar.

Em menor proporção na geração de vagas em setembro, os setores de serviços (802) e comércio (418) também ajudaram a elevar as contratações no mês passado. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Apesar do bom desempenho de setembro no saldo de empregos, no acumulado de janeiro a setembro a Paraíba ainda continua com saldo menor de vagas, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Nos nove meses deste ano, o saldo foi de 9.201 postos, contra 14.455 no mesmo período do ano passado, o que representa uma queda de 36,34%. Em números, equivale a 5.254 contratações a menos este ano.

De acordo com os dados do Caged, a geração de empregos na Paraíba está instável, oscilando mês a mês. Em agosto deste ano, o saldo de empregos foi uma dos mais fracos e setores como comércio e construção civil, puxadores de emprego, estão com desempenho bem aquém do que em anos anteriores.

Para o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos na Paraíba (Dieese-PB), Renato Silva, o bom desempenho nas atividades ligadas à cana-de-açúcar já era esperado porque já passou o período de entressafra e as usinas começaram a funcionar. “Em 2013 tivemos um resultado atípico porque, em anos anteriores, agosto era o mês que tinha o maior pico de empregos de todos os meses e este ano foi setembro, mostrando justamente um retardo nas contratações na cana-de-açúcar”, explicou.

Renato Silva avaliou que o impulso na geração de empregos baseado basicamente em quatro atividades mostra a fragilidade da estrutura da economia da Paraíba. Segundo ele, o Estado apresenta pouca diversidade de setores e que ainda dependem de alguns fatores para manter o saldo de empregos. “Atividades como o comércio tem boa atuação dependendo da época do ano, e a agropecuária também apresenta bons resultados de forma sazonal, porque sofre a interferência do fator clima e a entressafra na produção de postos de trabalhos”.

O presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool-PB), Edmundo Barbosa, contou que todas as oito usinas paraibanas começaram a moer desde o final de setembro e que este ano houve um atraso na retomada dessas atividades.

“Em um ano bom, as usinas começam a moer na segunda quinzena de julho. Em 2013 perdemos praticamente dois meses para o recomeço da produção, mas os encargos nestes período continuaram para os empresários. Hoje vivemos uma crise no setor, porque não há uma política pública com incentivos à produção de etanol”.

De acordo com Edmundo Barbosa, a tendência é a geração de empregos, tanto na produção de açúcar como etanol, se manter pelo menos até fevereiro, mesmo as perdas nesta atividade tendo alcançado R$ 400 milhões na última safra por causa da estiagem.

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Jornal da Paraíba

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