ECONOMIA
Empresa francesa vai vender parte da GVT
Negociações estão sendo feitas entre a Vivendi e a Telefónica, ambos grupos estrangeiros.
Publicado em 29/08/2014 às 6:27
A francesa Vivendi informou ontem que vai entrar em negociações exclusivas com a Telefónica para a venda de sua unidade brasileira de banda larga GVT, escolhendo a oferta da espanhola em detrimento da proposta da rival Telecom Italia. "A oferta da Telefónica se ajusta melhor aos objetivos estratégicos e financeiros do grupo", disse a companhia em comunicado.
A proposta da Telefónica era válida até esta sexta. Com a decisão da companhia francesa de negociar exclusivamente a venda da GVT com a espanhola, o prazo para considerar a proposta é ampliado em até 3 meses. A Telefónica informou ontem que elevou uma oferta inicial de 6,7 bilhões de euros pela GVT para 7,45 bilhões de euros, aumentando a parte a ser paga em dinheiro da oferta feita no início de agosto.
Além da parte em dinheiro, a Telefónica vai dar à Vivendi uma participação de 12% na entidade brasileira combinada, dos quais cerca de um terço pode ser trocado por uma participação de 5,7% na Telecom Italia se Vivendi assim desejar.
Caso a Vivendi decida vender a GVT à Telefónica, a operação ainda terá de ser aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). No entanto, se a Vivendi optar por adquirir participação acionária na Vivo (da Telefónica) e na Tim (da Telecom Italia), a aprovação da compra, pelo Cade, será mais difícil.
Comercialmente, o acordo será positivo à companhia espanhola, que poderá vender pacotes "quatro em um" fora de São Paulo. Além disso, representará um passo para a saída da Telefónica da Telecom Italia, uma das imposições feitas pelo Cade em 2013. O objetivo seria evitar conflitos de interesse e garantir a concorrência, já que os espanhois controlam a líder Vivo e possuem, indiretamente, uma participação de 10% na Tim.
A GVT, criada há 14 anos oferecendo telefonia fixa e internet ultrarrápida, foi disputada em 2009 entre a Telefónica e a Vivendi. Os franceses adquiriram o controle da empresa por R$ 7,7 bilhões. Naquele momento, a GVT cobria 84 cidades e detinha 2% das receitas líquidas do setor. Hoje, ela atua em 153 cidades com pacotes de telefonia fixa, internet acima de 15 Mbps e TV e conta com 1,5 milhão de clientes.
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