ECONOMIA
Energisa diz que reajuste solicitado é menor do NE
Diretor da empresa explica que percentual solicitado é para cobrir custos não gerenciáveis.
Publicado em 19/08/2014 às 7:16
Mencionando uma “crise” no setor energético, porém afastando qualquer possibilidade de desabastecimento, o presidente da Energisa Paraíba e Energisa Borborema, André Theobald destacou na manhã de ontem que o reajuste de 27,23% previsto no preço da energia é para cobrir custos não gerenciáveis. Em entrevista coletiva, ele enfatizou também que o aumento proposto pela companhia é inferior à de outras companhias elétricas do Nordeste – no Maranhão e Piauí, os reajustes solicitados chegam a 42% e 56%, respectivamente.
A Energisa, que conta com 1,4 milhão de clientes na Paraíba, ainda aguarda uma decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre a proposta de reajuste da conta de energia que deve atingir a maior parte dos clientes paraibanos. A previsão é que no dia 28 a agência decida sobre a nova tarifa.
“No ano passado, não houve aumento e sim redução de 4% na tarifa de energia”, contemporizou o diretor. “Apenas em eficiência, conseguimos uma redução de 14% na fatura, enquanto outros custos subiram 5,9%”, afirmou.
Theobald, que trabalha há 22 anos no segmento e foi empossado no início do ano como presidente da Energisa Paraíba, explicou que os componentes da conta de luz são compostos por uma parcela gerenciável e outra não-gerenciável – ou seja, custos que recaem sobre a produção e transmissão de energia elétrica, mas que não são de responsabilidade da Energisa, que apenas repassa a conta para o consumidor, evitando um déficit nas contas.
Do reajuste de 27,23% proposto pela energisa, 24,2% referem-se aos custos não gerenciáveis, e apenas 2,03% dizem respeito à chamada “parcela B”, ou seja, distribuição de energia nas cidades. Os tributos ainda abocanham uma fatia de 31,81% em uma conta de luz no valor de R$ 100,00. “A Energisa não escolhe de quem compra energia, é o poder público quem fornece e quem promove os leilões”, disse.
O JORNAL DA PARAÍBA antecipou que a companhia iria aumentar o preço da energia por conta da seca nos reservatórios das hidrelétricas, o que forçou as empresas e o governo a recorrerem à produção das termelétricas, cuja energia tem um preço substancialmente superior. “Está faltando água nos reservatórios, por isso a produção teve que entrar nas térmicas”, afirmou Theobald. Atualmente, os consumidores pagam R$ 28,69 referentes à compra de energia em uma conta de R$ 100,00.
EMPRESA É A MELHOR DA REGIÃO
A Energisa foi apontada pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) como a segunda melhor distribuidora do Brasil e a melhor do Nordeste. O Prêmio Abradee, criado em 1999, avalia os quesitos “qualidade da gestão”, “responsabilidade social”, “gestão econômico-financeira”, “gestão operacional” e “avaliação dos clientes”.
Outras 40 instituições que representam 99,3% do mercado de distribuição de energia do Brasil participam do ranking.
De acordo com Theobald, as melhorias na qualidade da energia e no atendimento ao consumidor foram os dois principais fatores que favoreceram a companhia. “Nossa deficiência era na qualidade da energia, e quando o consumidor precisava reclamar, os canais de atendimento não respondiam. Por isso investimos pesado na aproximação com o cliente”, afirmou. Além do atendimento telefônico, a Energisa conta também com um aplicativo para iOS e Android para o registro de ocorrências e reclamações. As redes sociais também são exploradas pela empresa para criar um relacionamento com o consumidor.
A Energisa teve a melhor avaliação geral do Brasil, chegando a 93,4% – a média nacional é de 81,8%. A satisfação no atendimento ao consumidor é a segunda melhor do Brasil, com 90,6%. “Mais excelência significa maior redução de custos que pode ser repassada para o consumidor”, afirmou.
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