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ECONOMIA

Expectativa de inflação do mercado cai e se aproxima do centro da meta

Previsão dos analistas para o IPCA de 2009 recuou de 4,80% para 4,64%. Meta central de inflação deste ano é de 4,50%, e teto é de 6,50%.

Publicado em 26/01/2009 às 8:21

Do G1

Na última semana, a expectativa do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2009 recuou de 4,80% para 4,64%. Para 2010, a estimativa foi mantida em 4,50%, informou nesta segunda-feira (26) o Banco Central, após realizar pesquisa com os analistas das instituições financeiras.

O IPCA é a referência do sistema de metas de inflação que vigora no Brasil, pelo qual a autoridade monetária tem de atingir metas pré-determinadas para o comportamento dos preços. Para 2009 e para 2010, a meta central de inflação é de 4,5%. Deste modo, a expectativa do mercado para o IPCA deste ano se aproximou mais do centro da meta.

Porém, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo em relação à meta central. Deste modo, a inflação pode oscilar entre 2,50% e 6,50% sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC já informou que busca trazer a inflação para a meta central já em 2009.

Juros - O principal instrumento do Banco Central para atingir as metas de inflação é a taxa de juros, que na última semana caiu um ponto percentual, o maior recuo em cinco anos, para 12,75% ao ano.

O mercado financeiro também passou a prever uma redução maior de juros no decorrer deste ano. Na semana retrasada, previa que os juros terminariam 2009 em 11,25% ao ano. Já na última semana, passou a prever que a taxa Selic feche este ano em 11% ao ano.

A expectativa do mercado é que o Copom reduza os juros de 12,75% para 12,25% ao ano em março de 2009; para 11,75% ao ano em abril, para 11,25% ao ano em junho e para 11% ao ano em julho - patamar no qual fechariam este ano.

Crescimento econômico - A estimativa para o aumento do PIB deste ano, que ficou em 3,50% durante a maior parte do ano passado, foi mantida estável em 2% na última semana. Para 2010, a projeção do mercado financeiro, para o crescimento da economia brasileira, caiu de 3,90% para 3,80%.

A principal explicação para o recuo nas previsões de crescimento econômico nas últimas semanas é justamente a crise financeira internacional, que está espalhando a recessão ao redor do mundo. A crise se agravou em meados de setembro com o anúncio de concordata do banco de investimentos Lehman Brothers. Desde então, a previsão de crescimento da economia brasileira, assim como do resto do mundo, tem recuado.

No caso do governo, a sua projeção oficial para o crescimento de 2009 já esteve em 5% na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Entretanto, foi revisada por duas vezes e, neste momento, já deixou de ser previsão e passou a ser meta: de 4%. A proposta de orçamento deste ano traz a previsão de 3,5% de elevação do PIB. O Banco Central estima em 3,2% o crescimento da economia.

Taxa de câmbio - Na última semana, dado que foi divulgado nesta segunda-feira (26), a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2009 permaneceu inalterada em R$ 2,30 por dólar. Desde a piora da crise financeira internacional, tem sido registrada uma saída maior de recursos da economia brasileira, o que tem pressionado o dólar para cima. Para o fim de 2010, a projeção foi mantida em R$ 2,28 por dólar.

Balança comercial - No caso da balança comercial brasileira, a projeção do mercado financeiro para o saldo (exportações menos importações) de 2009 foi mantida em US$ 14,5 bilhões. Em 2008, a balança comercial teve superávit de US$ 24,7 bilhões, com forte queda de 38,2% frente ao ano de 2007, quando o resultado positivo somou US$ 40 bilhões. Para 2010, a previsão passou de US$ 13 bilhões de superávit para US$ 13,8 bilhões.

No caso dos investimentos estrangeiros diretos, a expectativa do mercado financeiro para 2009 foi mantida estável em US$ 23 bilhões. Para 2010, a projeção de ingresso de investimentos no Brasil permaneceu em US$ 25 bilhões.

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Jornal da Paraíba

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