ECONOMIA
Expectativa para Natal melhora
Apesar da desaceleração na economia, empresários esperam por crescimento nas vendas para o Natal.
Publicado em 30/11/2013 às 6:00
O momento atual do comércio é relativamente fraco, mas as perspectivas apontam que o setor espera ter um fim de ano um pouco melhor do que foi em 2012.
"O quadro é de um ritmo moderado de crescimento, mas a expectativa de vendas em um horizonte mais curto de tempo influencia uma melhora", afirmou o economista e superintendente de Ciclos Econômicos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloisio Campelo.
Segundo Campelo, os empresários incluem nessa projeção uma expectativa de crescimento nas vendas para o Natal - o que influenciou positivamente a confiança do comércio. "As expectativas estão muito parecidas com as do ano passado, apesar de a economia estar em desaceleração. Isso, de certo modo, é favorável."
Por outro lado, a retomada da inflação e o cenário menos favorável do lado do crédito (com juros mais altos) e da renda pesou mais e comprometeu a confiança do setor em relação à situação atual. Com isso, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 5,2% no trimestre encerrado em novembro, na comparação com igual período de 2012.
A melhora observada no terceiro trimestre, segundo Campelo, foi revertida para uma nova tendência de queda no 4º trimestre. "A confiança perdeu fôlego", disse. "Apesar de estar em um patamar mais alto do que no início do ano, está menor do que no trimestre passado."
SITUAÇÃO ATUAL
Na comparação interanual trimestral, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) teve queda de 9,8% no trimestre até novembro, mais forte do que a baixa de 5,6% apurada nos três meses até outubro.
"Isso sinaliza uma moderação no ritmo de atividade, tanto em relação ao período entre 2005 e 2010, de grande expansão no varejo, quanto ao segundo e terceiro trimestres deste ano".
A piora é generalizada entre os setores, tanto no atacado quanto no varejo restrito e no ampliado (que considera as vendas de veículos e de material de construção). Mas a situação menos favorável fica com o setor de veículos, contabilizando o ritmo mais fraco de vendas. Em novembro, o ISA para o segmento caiu 17,6% em relação a igual mês de 2012.
Em materiais de construção, apesar de o resultado se manter positivo no trimestre, também há desaceleração na ponta, embora Campelo aposte na recuperação do setor devido a alta demanda em função do aquecimento da construção, tanto residencial quanto de projetos maiores, já envolvendo a Copa do Mundo e as Olimpíadas
EXPECTATIVAS
O Índice de Expectativas (IE-COM) teve queda de 2,1% no trimestre até novembro em relação a igual período de 2012.
Nos três meses até outubro, o resultado havia sido de -2,9%, na mesma base de comparação. A desaceleração da queda veio do ganho de 0,4% na confiança no mês de novembro em relação a novembro do ano passado. "Isso reflete otimismo, ainda que moderado, para o período natalino", analisa Campelo. Segundo ele, a previsão de emprego para o setor (ainda que temporário) também prova o otimismo do segmento.
Segundo ele, vendedores dos setores de informática, perfumaria, móveis e eletrodomésticos se mostram mais otimistas - no caso dos dois últimos, também em função do programa Minha Casa Melhor Já o setor de supermercados perdeu a confiança frente à aceleração da inflação nos últimos meses, que dá insegurança sobre em que patamar os preços estarão nos próximos meses - e se eles conseguirão repassar essa alta integralmente para o consumidor sem perder em volume de vendas.
Os veículos foram o único setor em que os empresários demonstraram perda de confiança.
"As concessionárias de automóveis mantêm expectativas menos favoráveis, possivelmente em decorrência das incertezas em relação ao impacto da eventual retirada dos estímulos fiscais', explicou Campelo, referindo-se à recomposição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), prevista para o início do ano que vem.
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