ECONOMIA
Exportações da Paraíba fecham em queda pelo segundo ano consecutivo
Montante de US$ 179,1 milhões comercializado foi o menor dos últimos quatro anos. Foi registrado um recuo de 4,71% sobre o ano anterior.
Publicado em 27/01/2015 às 15:13 | Atualizado em 27/02/2024 às 18:14
As exportações da Paraíba fecharam em queda pelo segundo ano consecutivo, e o volume foi o menor dos últimos quatro anos. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) mostram que as exportações registraram recuo de 4,71% sobre o ano anterior. Em 2014, as receitas das exportações fecharam em US$ 179,120 milhões, contra US$ 187,966 milhões em 2013. O resultado de 2014 foi maior apenas que o de 2009, quando o montante ficou em US$ 158,201 milhões.
Entre as 40 maiores empresas exportadoras do Estado, 17 tiveram queda no montante de vendas para o exterior, inclusive a maior delas Alpargatas, que viu suas exportações declinarem 1,29% em relação ao ano anterior. Apesar disso, a empresa continua sendo responsável por 52% das exportações de toda a Paraíba. Já o destaque veio da Indústria Alimentícia do Vale que elevou em 189,96% as suas exportações no ano passado. (Veja ranking das dez maiores exportadoras)
Em 2014, as exportações do país sofreram queda de 7% em relação ao ano anterior, e apenas 12 estados apresentaram crescimento, sendo quatro deles da região Nordeste. As exportações nordestinas apresentaram queda de 7,85%.
Houve crescimento nos Estados do Maranhão (19,37%), Ceará (3,57%), Piauí (58,16%) e Rio Grande do Norte (1,39%). Por outro lado, houve queda na Bahia (-7,75%), Pernambuco (-52,61%), Alagoas (-15,20%), Paraíba (-4,71%) e Sergipe (-7,80%).
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep-PB), Buega Gadelha, a redução nas exportações é o reflexo de uma crise mundial causada, segundo ele, pela penetração dos produtos do sul e sudeste asiático. Segundo Buega, os produtos originários da China, Bangladesh e Paquistão estão tomando conta do mercado mundial e vêm eliminando a concorrência por apresentar preços baixíssimos.
“Eles pagam 40% a menos de impostos e a moeda é desvalorizada, então os preços ficam lá em baixo. Por isso que precisamos de um congresso mundial para encontrar uma solução mais justa para todos”.
Buega Gadelha fez questão de esclarecer que, embora a mão de obra barata da China seja sempre o assunto mais destacado quando se fala da competitividade do país, ela não é o fator mais importante. O assunto tomou vultos maiores devido a uma série de denúncias que apontavam para a utilização de trabalho escravo no país.
“A mão de obra equivale somente a 12% dos custos de produção. Se considerarmos que eles gastam a metade, seria 6% dos custos. Não é significativo. O problema maior são os impostos praticamente inexistentes e desvalorização da moeda. São 40% a menos de impostos e uma moeda que vale 40% menos”, explicou.
Buega Gadelha destacou que atualmente a China domina o mercado e produz mercadorias de todos os tipos, inclusive para empresas americanas e de outros países. “Eles produzem desde o artigo mais ordinário de plástico, até o Iphone. Quando as empresas vão para lá não querem mais sair”, disse.
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