ECONOMIA
Exportações têm pior desempenho
Vendas internacionais da Paraíba, apresentaram forte recuo no mês de agosto; números representam pior desempenho dos últmos 12 anos.
Publicado em 25/09/2012 às 6:00
As vendas internacionais da Paraíba no mês de agosto registraram o pior desempenho dos últimos 12 anos. O montante exportado somou apenas US$ 6,8 milhões, menor somente do que foi exportado em agosto de 2000 (US$ 4,430 milhões).
As vendas também apresentaram forte recuo quando comparado ao mês de agosto do ano passado (-36,16%), quando os valores atingiram (US$ 10,653 milhões). O dado é do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), que ainda mostrou uma redução nas importações em 35,75%, saindo de US$ 92,522 milhões, em agosto de 2011, para os atuais US$ 59,445 milhões.
Para a coordenadora do Centro Internacional de Negócio (CIN), Letícia Gadelha, o baixo número de empresas atuantes na Paraíba que se dedicam à exportação deve ter alguma influência nesses números. “Como o Estado tem um volume muito pequeno de vendas externas, às vezes a redução em apenas uma empresa pode provocar uma queda drástica nos números”, lembrou.
A consultora de comércio exterior Luciana Rabay acredita que a variação constatada entre os dois anos deve-se a dois fatores em especial. “Uma das razões é o fortalecimento do real frente ao dólar, que deixa os produtos brasileiros mais caros para os compradores internacionais e, consequentemente, menos atraentes. Outro ponto é a crise econômica que vem afetando a Europa e os Estados Unidos, principais mercados internacionais”, destacou.
Quanto à variação constatada entre o primeiro semestre do ano e os meses de julho e agosto, a especialista acredita tratar-se apenas de sazonalidade do mercado. “Não consigo pensar em um motivo para essa redução, provavelmente ela aconteceu por oscilações normais do mercado, até porque o Porto de Cabedelo e a Fiep trabalham com uma série de políticas para incentivar as exportações”, disse.
O primeiro semestre do ano apresentou um desempenho favorável se comparado ao mesmo período do ano passado. Com uma alta de 42,97%, os primeiros seis meses de 2012 passaram em US$ 37,4 milhões a quantia movimentada em 2011. O mês de julho, porém, abriu a segunda metade do ano com baixa, sendo responsável por um montante de US$ 11,9 milhões, acumulando, na época, o segundo pior índice do ano. O mês que mais faturou com exportações até o momento foi fevereiro, com US$ 34,2 milhões.
MELHORAS
“Os números devem melhorar agora no mês de setembro, graças à safra da cana, que deve exportar muito açúcar e álcool. O final do ano também deve ser favorável, por causa da mercadoria destinada para o Natal. No geral, o segundo semestre é sempre bastante vantajoso em termos de exportações”, afirmou o presidente da Companhia Docas, Wilbur Holmes Jácome.
Com relação à redução das importações, Letícia acredita que, para traçar os motivos que levaram à baixa dos números, seria necessário avaliar as particularidades de cada empresa, uma vez que há uma série de fatores que podem ter contribuído com o resultado. “A empresa pode ter passado a comprar mais no mercado interno, por exemplo. Por outro lado, um aumento no volume de importações pode ser motivado pela compra de um grande equipamento. É difícil determinar um motivo”, comentou.
ÍNDICE POSITIVO
Ainda que tenha havido uma retração a partir de julho, o Mdic aponta que o Estado segue com um índice positivo de exportações (29,88% registrado no acumulado de janeiro a agosto).
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