ECONOMIA
Faltam voos internacionais
Segundo a Infraero o principal motivo da falta de voos internacionais no Nordeste é a falta de interesse das companhias aéreas.
Publicado em 25/12/2013 às 6:00 | Atualizado em 12/05/2023 às 14:36
Às vésperas da Copa do Mundo, mais da metade dos Estados nordestinos não têm voos direto para fora do país, resultado do histórico descomprometimento com o setor de turismo, segundo apontam especialistas da área. Dados da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) mostram que cinco, dos nove Estados que compõem a região, não ofertam voo devido à falta de interesse das companhias aéreas.
Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia são os únicos Estados em que as capitais recebem voos do exterior.
Juntos são sete destinos: Amsterdã, Cabo Verde, Frankfurt, Lisboa, Miami, Panamá e Roma. Já Paraíba, Piauí, Maranhão, Alagoas e Sergipe não ofertam nem recebem voos diretos, cenário considerado preocupante, segundo o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens na Paraíba (Abav-PB), Breno Mesquita.
“Com certeza a falta de voos internacionais, principalmente trazendo o turista estrangeiro, afeta diretamente o turismo em nosso Estado. Já é comprovado que o turista estrangeiro gasta 20% a mais do que o turista nacional, sem falar que o pacote adquirido tem entre 7 e 15 dias de permanência no destino, já o pacote nacional varia de 2 e 7 dias. Nesse aspecto, em relação ao turismo estrangeiro, estamos muito atrasados em relação aos nossos vizinhos Pernambuco e Rio Grande do Norte”, disse Breno Mesquita.
O Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto, na Região Metropolitana de João Pessoa, há mais de 5 anos é habilitado para ofertar viagem para fora do país, entretanto nunca realizou voos comerciais para o exterior. De acordo com o superintendente do aeroporto, Alexandre de Oliveira, o 'dever de casa' da Infraero já foi feito, o que faltam são investimentos mais efetivos em promoção do Estado.
“A oferta de voos internacionais depende muito mais do que o turismo do Estado tem a oferecer e não propriamente do aeroporto. Uma pessoa que vai a Paris, por exemplo, quer conhecer a cidade e não o aeroporto. O aeroporto precisa estar preparado para receber o voo internacional e nesse aspecto nós já estamos. Lógico que não podemos hoje competir com Pernambuco, porque nosso aeroporto é de médio porte, mas capacidade de atender esses voos nós já temos”, explicou.
O superintendente do aeroporto destacou ainda que várias foram as tentativas para fixar voos internacionais em João Pessoa, mas que até o presente momento nada foi conseguido.
“Já foram feitas diversas reuniões pensando nisso, mas até agora não conseguimos”. Apesar do cenário atual, Alexandre Oliveira acredita que, se adotar as mudanças necessárias, o Estado pode seguir o exemplo dos vizinhos Pernambuco e Rio Grande do Norte, passando a ofertar os voos para fora do país.
Na avaliação da presidente da Empresa Paraibana de Turismo (PBTur), Ruth Avelino, o grande problema enfrentado pela Paraíba e os demais Estados que não ofertam voos internacionais é o histórico de tímido investimento no setor turístico. “Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia sempre tiveram políticas de forte investimento no turismo, isso vem de décadas atrás. No nosso caso, só agora isso vem acontecendo. Nós andamos mais lentamente, não foi uma prioridade dos governos passados”, disse.
De acordo com a representante do órgão, o atual governo tem investido em ações sólidas para tornar o Estado atrativo aos investidores. “Desde 2011 estamos fazendo divulgação da Paraíba em alguns países, mostrando nosso potencial aos turistas”, destacou.
Segundo Ruth Avelino, Portugal, Argentina e Chile são foco das políticas de fomento ao turismo internacional.
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