ECONOMIA
Frete vai aumentar na PB
Reajuste no frete de mercadorias vindas de outros estados, será de 20% a 30% e mexerá no bolso do consumidor paraibano.
Publicado em 20/09/2012 às 6:00
O frete embutido no valor de mercadorias oriundo de outros Estados está prestes a ficar de 20% a 30% mais caro. Essa deve ser uma das principais consequências do Estatuto do Motorista (Lei 12.619), também conhecido como Lei do Descanso, determinação sancionada pela presidente Dilma Rousseff que entrou em vigor na semana passada. Agora, com o aumento dos custos de transporte, o consumidor paraibano deverá pagar mais por produtos vindos de outras partes do país.
Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Estado da Paraíba (Setce-PB), Arlan Rodrigues, as compras irão demorar bem mais para chegar a seu destino. As entregas vindas da cidade de São Paulo que antes demoravam 72 horas podem agora chegar aos quatro dias de duração.
“Esse encarecimento vai afetar, principalmente, as compras a longa distância, que são aquelas que superam os 800 km. Como a Paraíba é um estado que compra muito de fora, não há dúvidas de que tudo ficará mais caro. É claro que isso vai depender do produto e da quantidade de mercadoria comprada”, afirmou.
Segundo ele, o reajuste do valor do frete deve ser repassado inteiramente e imediatamente ao consumidor.
Entre as despesas previstas pelas empresas de transporte estão o aumento do número de funcionários em serviço e de veículos, além da construção de pontos de apoio nas rodovias, locais onde os motoristas podem descansar. “Poucas são as estradas que têm essa estrutura e não tem como cada empresa providenciar seus pontos de apoio. Isso deveria ser oferecido pelo governo, mas a responsabilidade foi passada para as empresas privadas”, pontuou.
O aumento de 6% no preço do diesel no mês de junho também foi um fator que pesou nos custos dos transportes, encarecendo em até 3% o valor final dos produtos. “É o nosso principal insumo, por isso, também provocou um aumento nos gastos, mas nada comparado aos mais de 20% de agora”, comentou.
Inicialmente, apenas rodovias duplicadas como a BR-101, que liga a capital às cidades de Recife e de Natal, e a BR-230 até Campina Grande serão fiscalizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), por já terem condições de cumprir a lei.
A taxa de frete, que costuma representar em torno dos 2% do valor do produto final, varia de acordo com a quantidade de mercadoria encomendada e a distância da cidade da empresa distribuidora, como lembra o presidente da Associação dos Supermercados da Paraíba (ASPB), Cícero Bernardo.
“Se eu compro uma unidade ou cem, o frete é o mesmo. Por isso a taxa pode variar de acordo com a quantidade de produtos, já que ela é diluída quando a compra é grande”, explicou. Por essa razão, as compras de Natal podem ficar mais caras neste ano. “São produtos sazonais e, por isso, devem ser mais afetados pelo encarecimento do frete”, acrescentou Cícero.
No entanto, o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL-PB), José Lopes Neto, não acredita que a alta irá afetar as vendas no Estado. “O segundo semestre e o mês de dezembro, em especial, são marcados pelo crescimento nas comercializações. Não acho que o frete chegará a prejudicar as vendas, até porque o governo está com uma série de incentivos, como redução de impostos, que estão estimulando o consumidor a comprar”, concluiu.
Comentários