ECONOMIA
Greve já reduz 20% das vendas na PB, diz CDL
Em 15 dias de greve dos bancários, o comércio de João Pessoa contabiliza queda de 30% nas vendas.
Publicado em 03/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:47
Em 15 dias de greve dos bancários, o comércio de João Pessoa contabiliza queda de 30% nas vendas. A estimativa é do presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de João Pessoa (CDL-JP), Eronaldo Maia, que ontem divulgou uma nota à imprensa pedindo mais rapidez no desfecho do movimento.
Segundo ele, a greve é legítima, mas traz prejuízos à classe empresarial do setor, que pode entrar em “colapso” caso a paralisação se prolongue. O presidente da Federação da Câmara dos Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL-PB), Artur Melo, disse que a retração nas vendas chega a 20% no Estado.
Eronaldo Maia explicou que como há dificuldade para efetuar depósito e os saques são limitados, os consumidores ficam com receio de comprar, então há retração no consumo. “Até hoje há empresário do comércio que não pagou toda a folha de funcionários, porque quando vai apurando vai quitando seus compromissos. Também há o receio de não honrar os compromissos com seus fornecedores. Não somos contra a greve, mas se ela continuar, o comércio vai entrar em colapso”, desabafou Eronaldo.
O presidente da FCDL-PB, Artur Melo, afirmou que na Paraíba a queda no comércio varia entre 15% e 20% porque as compras mais frequentes são com cartão de crédito, mesmo assim os consumidores ficam receosos de gastar e a baixa é inevitável. “A queda também é grande no Estado e os empresários não conseguem honrar seus compromissos”, disse.
A greve dos bancários iniciou-se no dia 19 de setembro e a categoria pede um reajuste salarial de 11,93%, mas até agora, segundo o presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcos Henriques, a contraproposta foi de 6,1%. “Queremos nos solidarizar com os comerciantes, mas gostaria de chamar a atenção que a retração nas vendas não é culpa dos bancários e sim dos bancos”, enfocou.
De acordo com Marcos Henriques, hoje a diretoria do sindicato da categoria vai estar em São Paulo participando de um encontro nacional para discutir a paralisação. “Se os banqueiros quiserem dialogar estaremos à disposição. Desde o último dia 12 aguardamos uma nova contraproposta”, contou. Entre as outras reivindicações da categoria estão contratação de pessoal, fim do assédio moral e cobranças abusivas de metas de trabalho. A categoria ainda pede o piso de R$ 2.860 que, de acordo com Marcos Henriques, é o estimado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “Mas o nosso salário não chega nem a R$ 2.000”, frisou.
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