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ECONOMIA

Hotéis quase lotados, mas comércio parado

Mesmo com hotéis lotados,setor de serviços perde movimento por causa do grande número de pessoas que deixam a cidade no feriado.

Publicado em 01/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 07/07/2023 às 12:39

Apesar da rede hoteleira operar em pleno vapor durante todo o período de Carnaval, outros segmentos do setor de serviços, como comércio e restaurantes, diminuem expressivamente a movimentação, graças à saída da população de João Pessoa para as cidades do interior da Paraíba e de outros Estados.

Segundo informações da Socicam, empresa que administra o Terminal Rodoviário Severino Camelo, somente de ônibus cerca de 31 mil pessoas devem embarcar neste período de Carnaval, sem contar os veículos próprios e voos. “As empresas estão disponibilizando 85 carros extras, porque sabem que o volume de pessoas saindo da cidade é muito alto”, disse Reinaldo Brasil, responsável pela administração do terminal.

De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de João Pessoa (CDL-JP), Eronaldo Maia, ao contrário do que acontece nas prévias carnavalescas, na primeira semana de março o comércio tende a ficar com fraco movimento. “Cai bastante, porque muita gente sai da cidade, porque aqui nosso Carnaval é fraco. As pessoas viajam para Recife, Olinda e para cidades do interior da Paraíba, João Pessoa fica vazia e o comércio com pouca movimentação”, disse.

O representante do setor explicou que este cenário já é esperado pelos lojistas da capital. “Nosso Carnaval sempre foi fraco, há muitos anos que é assim. As lojas abrem normalmente, só fecham na terça-feira, que é o feriado, mas as vendas são poucas. Apesar disso, o comerciante já espera essa baixa, então ele se programa para esse movimento fraco”, disse Eronaldo Maia.

Em Campina Grande, a situação é ainda pior, já que tanto nas prévias como na semana do Carnaval os principais segmentos do comércio têm baixa movimentação, explicou o presidente da Associação Comercial de Campina Grande (ACCG), Álvaro Morais. “Gera prejuízo porque são duas semanas de movimento parado”, disse.

O prejuízo também é visto no segmento de bares e restaurantes, que, segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da Paraíba (Abrasel-PB), Marcos Mozzini, diminuem de forma expressiva a receita neste período. “Infelizmente, todos os anos o setor sofre uma considerável queda em seu faturamento durante o Carnaval devido ao nosso público local, em sua grande maioria, viajar para outras capitais/cidades que tem Carnaval. Esse volume de pessoas que saem do Estado é bem maior que o volume de pessoas que vêm de fora para curtir a cidade”.

AUSÊNCIA DE EVENTOS

Para Marcos Mozzini, já que não possui tradição carnavalesca, a cidade de João Pessoa deveria oferecer alternativas palpáveis para que sua população não precisasse esvair para outras cidades. “Em nosso entendimento seria importante que as autoridades, junto com o Trade, trabalhassem a criação de um evento âncora – aos moldes do que tem em Campina Grande, a Nova Consciência – para que tornássemos a ausência de festas no Carnaval um diferencial para nosso Estado, atraindo um maior número de pessoas neste período e movimentando toda a cadeia produtiva do turismo em nossa cidade”.

Mesmo esperando por este cenário, os empresários do setor ainda sofrem pelo fraco movimento do período. “De certa forma os empresários já estão acostumados a esta realidade, mas, com certeza, este é um desafio que precisa ser enfrentado e bem resolvido, pois temos um tremendo potencial. Temos sentido que João Pessoa vem evoluindo de forma positiva pela solução desta problemática, mas se as medidas sugeridas fossem tomadas poderíamos viver uma nova realidade turística que traria benefícios a todos”, destacou Marcos Mozzini.

TAXA DE OCUPAÇÃO É DE 95%

Enquanto o comércio sofre com a falta de movimento durante o período de Carnaval, outros segmentos comemoram a data.

Para a rede hoteleria de João Pessoa, a taxa de ocupação é de 95%, disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado da Paraíba (ABIH-PB), José Inácio Júnior.

“O Carnaval é sempre uma semana em que os hotéis estão cheios, é uma ótima época para a gente, uma das datas mais importantes do nosso calendário”.

Sobre o crescimento deste ano, em relação ao mesmo período de 2013, José Inácio disse que ainda é cedo para comparar o desempenho.

“Esperamos que aumente, mas vamos esperar, porque no mês de janeiro tivemos uma surpresa negativa, o desempenho foi menor do que esperávamos. Vamos esperar passar o Carnaval para ter um resultado preciso”, disse.

Para os taxistas, a semana de Carnaval também é um período bom para os negócios.

“É sempre uma semana de demanda alta, porque tem muitos turistas na cidade. Melhora bastante o faturamento, porque os visitantes querem conhecer a cidade, isso aquece a demanda para os taxistas”, explicou o presidente do Sindicato dos Taxistas de João Pessoa, Antônio Henriques.

CAMPINA GRANDE

Em Campina Grande, a taxa de ocupação com a realização dos eventos religiosos (Consciência Cristã, Nova Consciência e Crescer) também deixam os hotéis com taxa de ocupação em torno de 95% nos quatro dias de Carnaval.

O setor de alimentação fora de casa costuma sofrer menos que o comércio e supermercados que têm baixa movimentação.

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Jornal da Paraíba

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